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15 mil cartões clonados

Pelo menos 15 mil pessoas foram lesadas com o esquema de clonagem de cartões de crédito descoberto pela Operação Pen Drive, conforme as apreensões da Polícia Federal no Paraná, Santa Catarina e São Paulo. A Pen Drive levou a prisão 17 suspeitos presos por formação de quadrilha, furto qualificado, uso de documentos falsos e lavagem de dinheiro, entre outros crimes.

No Paraná, as buscas foram em Araucária, na região metropolitana. Os policiais prenderam um homem que instalava máquinas adulteradas. A maioria das prisões foi em São Paulo.

Segundo investigações, a quadrilha roubou cerca de R$ 1 milhão de 15 mil pessoas. O golpe consistia em colocar no comércio mais de uma centena de máquinas adulteradas para gravar senhas de cartões passados em transações comerciais eletrônicas. Com os dados, cartões eram clonados e usados no exterior com o apoio da máfia russa.

As ordens judiciais que levaram à prisão dos golpistas internacionais, das buscas e da quebra de sigilo telefônico e bancário dos suspeitos partiram do juiz Pedro Luís Sanson Corat, da Vara de Inquérito Policiais de Curitiba.

Uma das maiores lojas de produtos eletrônicos de Ciudad del Este, do lado paraguaio da fronteira com Foz do Iguaçu, a Nave Informática não é objeto de investigação apenas da Polícia Federal (PF) na operação Columbus. A operação resultou na prisão temporária de um de seus acionistas, o empresário Pedro Anselmo Agrizzi, um dos nomes fortes em informática no país. Além dele, outras sete pessoas foram presas terça-feira. Além das investigações no Brasil, os negócios de Agrizzi também estão sob suspeita no Paraguai. Conforme está publicado na imprensa paraguaia, tramita no Tribunal de Contas do Paraguai uma ação desde 2004 contra a empresa, movida pela Direção Nacional das Aduanas, na qual a Nave é acusada de contrabando e sonegação de impostos.

A empresa perdeu a ação em fevereiro e foi condenada a pagar R$ 6 milhões à Direção Nacional das Aduanas por sonegação de impostos. No entanto, recorreu e agora aguarda nova decisão da Justiça.

O grupo Nave é suspeito de movimentar cerca de US$ 250 milhões no Brasil e no Paraguai, sonegando tributos na importação de equipamentos de informática de Miami e Taiwan. O esquema descoberto pela PF do Paraná seria semelhante ao usado pelas lojas Daslu – principal centro de produtos de luxo de São Paulo –, na operação Dilúvio.

A Nave e seus acionistas se tornaram o eixo das investigações da operação Columbus em razão do crescimento repentino do patrimônio dos envolvidos. No seu rastro estão grandes redes varejistas no país que vendem computadores, acessórios e eletroeletrônicos, pois o grupo virou distribuidor de grandes fabricantes mundiais.

Para se ter idéia da magnitude do negócio, uma das empresas do grupo Nave comemorou seus cinco anos com uma festa em Pompano Beach, na Flórida (EUA). Ela aconteceu há cerca de um ano, sendo convidados especiais os cantores Zezé di Camargo e Luciano. A festa para mais de 100 pessoas tinha entre as atrações o show da Marilyn Monroe cover e Elvis Presley Cover, e Chris Macdonald, ator que representou o Rei do Rock em filme recente. Também foram dirigentes de grandes marcas do setor de informática, além de Pedro Agrizzi e outros colaboradores. A festa foi notícia no site acontece.com na época.

Criada em 1993, a Nave tem hoje filiais em Miami (EUA); Assunção e Salto del Guairá, localidade Paraguai na fronteira com Mundo Novo (MS). Agrizzi, que mora em Foz do Iguaçu, tem três sócios na loja, dois paraguaios. Em Ciudad del Este, a Nave começou com uma loja de informática e depois expandiu seus negócios, construindo um shopping center.

Seqüestro

O patrimônio de Agrizzi despertou atenção de uma quadrilha de seqüestradores da fronteira. Ele foi seqüestrado no dia 15 de maio deste ano, em Foz do Iguaçu, junto com sua filha de 9 anos, mas foi libertado para que juntasse o dinheiro do resgate. O grupo exigiu US$ 1 milhão, porém o pagamento não chegou a ser feito porque a polícia descobriu que a menina estava em um cativeiro em Presidente Franco, também na fronteira com Foz. O local, uma residência, foi encontrado pela Polícia Nacional do Paraguai após a prisão de um dos supostos líderes de um grupo de seqüestradores. A menina foi resgatada no dia 19 de maio.

A banca de advocacia Moraes Pitombo, de São Paulo, que defende o grupo Nave, foi procurado pela reportagem, mas não comentou o assunto.

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