Mesmo com o movimento na Ponte da Amizade ter sido "quase" tranqüilo ontem, políticos e representantes de classe paraguaias levantaram a bandeira pela saída do país do Mercosul em retaliação às ações brasileiras contra o contrabando.
A posição foi defendida pela prefeitura de Ciudad del Este, por entidades ligadas ao transporte e recebeu apoio da Câmara de Comércio de Tecnologia da Informação (CCTI) em discursos à imprensa e em panfletos. A primeira medida concreta será proibir a passagem de caminhões com a safra de soja e de todo veículo que entre em Foz do Iguaçu transportando mercadorias.
Na reunião realizada na sede da prefeitura, lideranças reivindicaram aumento de rigor na fiscalização sobre brasileiros que trabalham ilegalmente no comércio paraguaio. Também exigiram o fechando da fronteira, porém o prefeito Javier Zacarías Irún rejeitou a proposta e pediu aos trabalhadores "uma manifestação progressiva, por etapas". Ele não descartou o bloqueio integral da travessia de veículos e pedestres.
Além do fim da fiscalização da Receita Federal, os paraguaios querem a liberação dos veículos que foram apreendidos na semana passada transportando muamba. Ontem, a Receita Federal apreendeu mais dois ônibus e quatro motos por essa irregularidade, aumentando para 29 o total de apreensões desde terça-feira. O órgão promete continuar com a fiscalização rigorosa.
A nova ofensiva dos fiscais brasileiros acirrou os ânimos de motoristas e mototaxistas. À tarde, princípio de tumulto entre motoqueiros dos dois países interrompeu parcialmente o tráfego na Ponte da Amizade durante dez minutos, após intervenção da polícia.
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