Ciudad del Este A Ponte Internacional da Amizade, na fronteira entre Foz do Iguaçu e Ciudad del Este, permaneceu fechada, ontem de manhã, por quase duas horas. Taxistas e transportadores bloquearam o principal acesso entre os dois países em protesto ao "tratamento diferenciado promovido pela Receita Federal". A categoria reivindica soluções para o impasse, que mobiliza cerca de 3,5 mil trabalhadores.
Reunidos nas proximidades da aduana paraguaia, os manifestantes impediram a circulação de veículos que ingressavam e que deixavam o país. Os bloqueios tiveram início às 9h20, com o trânsito liberado 20 minutos depois. Às 10h30, os cerca de cem motoristas que engrossaram o movimento fizeram uma nova paralisação, encerrada pouco antes do meio-dia.
De acordo com os manifestantes, as autoridades de ambos os países precisam fechar um acordo onde prevaleça a reciprocidade. "Queremos receber um tratamento igual ao que garantimos aos brasileiros. Somos discriminados por autoridades alfandegárias (Receita Federal) e da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres)", declarou Santiago Segovia, secretário-geral do Sindicato do Taxistas Unidos del Este (Taude).
Os transportadores reclamam que são proibidos de permanecer na zona primária enquanto os passageiros efetuam a legalização das mercadorias. "Somente levamos até a aduana brasileira e temos que voltar imediatamente. Os brasileiros mantêm um ponto de parada na saída da aduana. Dali, os passageiros que deixamos seguem até os hotéis ou outros locais", apontou Juan Sosa, presidente do sindicato.
No caso de não haver nenhum acordo, os paraguaios exigem que vans e táxis de brasileiros passem a obedecer às mesmas regras do outro lado da fronteira. Antes dos bloqueios, fiscais do Departamento de Trânsito da prefeitura orientaram todos os veículos de transporte com placas do Brasil a parar e deixar os passageiros próximo da aduana, retornando vazios.
O controle mais rigoroso no lado brasileiro começou a ser empregado no fim de outubro, com a entrada em operação da nova aduana da RF, em Foz do Iguaçu. Para agilizar a fiscalização e evitar as antigas filas sobre a ponte, os turistas e moradores da região que têm mercadorias para declarar são orientados a desembarcar dos veículos de aluguel (ônibus coletivos, vans, táxis e mototáxis) e seguir viagem em outra condução, depois de cumpridas as exigências alfandegárias.
Soldados da Polícia Nacional, guardas municipais e agentes do Grupo Especial de Operações acompanharam a manifestação, mas não intervieram no protesto considerado pacífico. No fim da manhã, o prefeito Javier Zacarías Irún prometeu que o assunto será tratado hoje, em Assunção, durante encontro que terá com o presidente Nicanor Duarte Frutos.
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