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Cerca de 50 trabalhadores protestaram em frente do hospital | Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo
Cerca de 50 trabalhadores protestaram em frente do hospital| Foto: Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo

Um protesto de funcionários do Hospital Evangélico de Curitiba evidenciou a fragilidade do sistema de urgência e emergência da capital paranaense. Na manhã de ontem, cerca de 50 trabalhadores organizaram um piquete na Praça Alfredo Andersen, no bairro Bigorrilho, reclamando do atraso no pagamento de vale-alimentação. O hospital optou por suspender o atendimento de pacientes que dariam entrada na instituição por meio do Siate e do Samu, sobrecarregando o Hospital do Trabalhador e o Hospital Cajuru. Quarenta cirurgias foram canceladas.

O atendimento só foi normalizado às 13h45, após a fundação que administra o hospital entrar em acordo com o sindicato da categoria e efetuar o depósito do valor referente aos meses de abril e maio do vale-alimentação.

Ao todo, 40 cirurgias tiveram de ser canceladas por causa da paralisação. Segundo a assessoria do hospital, os procedimentos serão remarcados. À tarde, a reportagem constatou que a situação era tranquila no pronto-socorro do Evangélico, que tinha, inclusive, leitos vagos.

O Sindicato dos Emprega­dos em Estabelecimentos de Ser­viços de Saúde de Curitiba e Região (Sindesc) confirmou o acordo, mas advertiu que os trabalhadores podem fazer novas paralisações em caso de novos atrasos.

Consequências

Embora as atividades tenham sido retomadas à tarde, as consequências da manifestação foram sentidas durante todo o dia. Por volta das 10 horas o Hospital do Trabalhador (HT) já havia atingido a lotação máxima, de 24 atendimentos simultâneos.

Com a greve dos servidores técnico-administrativos do Hospital de Clínicas (HC), somente o Hospital Cajuru estava disponível no fim da manhã de ontem para atender pacientes em situação de urgência e emergência. A movimentação intensa no local durou toda a tarde, mas, segundo o hospital, em nenhum momento houve restrição ao atendimento de pacientes que chegavam via Siate ou Samu.

Mesmo com o auxílio de hospitais da região metropolitana, o assessor especial de gestão da prefeitura de Curitiba, Matheos Chomatas, cogitou a possibilidade de acionar instituições particulares para ajudarem no atendimento. A medida, no entanto, não foi necessária.

No limite

O sistema de atendimento de urgência e emergência de Curitiba funciona no limite e só deve ter um aumento expressivo de capacidade em 2015, quando a prefeitura pretende colocar em funcionamento um hospital na região norte da capital, segundo matéria publicada ontem na Gazeta do Povo.

A nova unidade terá 250 leitos, um pronto-socorro capacitado para atender acidente vascular cerebral (AVC), enfarte e ortopedia. Hoje, o atendimento hospitalar de urgência e emergência de Curitiba feito pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é concentrado em três unidades: Cajuru, Evangélico e Trabalhador, esse último, responsável por cerca de 60% dos casos de trauma. Além deles, o Hospital de Clínicas também recebe casos de urgência.

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