A reunião realizada ontem à tarde, em Brasília, não trouxe grandes novidades em relação ao final da greve dos servidores técnico-administrativos da Universidade Federal do Paraná (UFPR), que vem prejudicando o atendimento no Hospital de Clínicas (HC), em Curitiba. A expectativa do reitor da UFPR, Carlos Augusto Moreira Júnior, era de que o governo federal conseguisse um acordo com o comando de greve. A previsão é de que a paralisação dure pelo menos mais 15 dias, podendo ser prolongada para até o final do mês de julho.
Os delegados do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino do Terceiro Grau Público de Curitiba (Sindtest), Vilson Kachel e Luiz Fernando Mendes, estiveram presentes na reunião com os secretários dos ministérios do Planejamento e da Educação, e representantes da Federação de Sindicatos de Trabalhadores de Universidades Brasileiras (Fasubra). Segundo Kachel, um dos primeiros pontos discutidos que já apresenta sinais de negociação diz respeito à liberação de verbas para a criação de um plano de saúde para servidores técnicos e docentes. "O governo não prevê nenhuma verba para este ano, mas já está negociando um valor para ser liberado no ano que vem", diz Kachel. O comando de greve quer a aplicação de R$ 370 milhões nos planos de saúde das 55 universidades federais que existem no Brasil. O governo propôs R$ 90 milhões para 2008.
Sobre a necessidade de alteração do plano de carreiras, o governo federal entendeu que a tabela salarial precisa ser corrigida, já que está defasada desde 2004, mas não houve negociação de valores. A idéia, segundo o coordenador judiciário e de trabalho da Fasubra, Paulo Henrique Rodrigues Santos, é reunir os técnicos do comando de greve para se chegar a um cálculo preciso. "Na próxima terça-feira faremos os cálculos para serem apresentados na quinta-feira ao secretário do Planejamento. Se houver acordo, levamos as decisões para o comando de greve. Caso eles aprovem, voltamos ao congresso para fecharmos as negociações e acabarmos com a greve. Isso deve ser resolvido até, no máximo, o final de julho, quando é fechado o orçamento do governo federal para 2008", explica Santos. Em valores não exatos, a atualização da tabela aumentaria o gasto do governo em mais R$ 4 bilhões por ano, que seriam distribuídos entre os 150 mil servidores.