Hospitais filantrópicos e Santas Casas de todo o Paraná fizeram uma manifestação de advertência nesta terça-feira para protestar contra a defasagem dos valores recebidos pelas instituições do Sistema Único de Saúde (SUS). A adesão chegou a quase 100% nas cidades do interior do Paraná. Cirurgias e consultas foram desmarcadas e o atendimento nas 83 instituições deste tipo no estado se resumiu aos casos urgentes e de emergências. Alguns pacientes que desconheciam a paralisação foram obrigados a voltar para casa sem realizar as consultas.

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De acordo com a reportagem do ParanáTV desta terça, muitos funcionários que foram trabalhar vestiam roupas pretas e faixas nos braços para simbolizar o luto da categoria com a eminente falência da saúde pública. O valor de uma consulta, por exemplo, é de R$ 18 para os hospitais, enquanto o SUS só repassa R$ 2.

Os hospitais filantrópicos e Santas Casas do Paraná atendem quase a metade dos pacientes do SUS no estado. Uma greve da categoria não está descartada, já que a situação é preocupante. "Tudo isso é reflexo do descaso do Ministério da Saúde em relação ao repasse do dinheiro do SUS. Há dez anos não acontece um reajuste significativo e alguns atendimentos têm uma defasagem de 300% nos valores pagos", disse José Francisco Schiavon, presidente da Federação dos Hospitais do Paraná (Fehospar).

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De acordo com o balanço da Federação das Santas Casas de Misericórdia e Hospitais Beneficentes do Paraná (Femipa), a adesão chegou a quase 100% nas cidades do interior do Paraná. Em Curitiba, hospitais como o Evangélico, Pequeno Príncipe e Erasto Gaertner foram os mais atingidos. Na Santa Casa, o atendimento só foi afetado parcialmente. No Hospital Nossa Senhora das Graças, que rompeu recentemente o convênio com o SUS, os funcionários utilizaram fitas pretas para contribuir com o movimento.

Em cidades como Londrina, no Norte do estado, Maringá, Noroeste, e Guarapuava, Central, os ambulatórios ficaram vazios, segundo a Femipa. Na cidade de Ponta Grossa, nos Campos Gerais, uma decisão judicial impediu que os hospitais paralisassem os atendimentos. Em virtude disso, os médicos e funcionários utilizaram roupas pretas e distribuíram materiais explicativos sobre a manifestação.

Veja na reportagem em vídeo como foi o dia de paralisação