O secretário de Estado da Saúde, Michele Caputo Neto, declarou nesta sexta-feira (1.º) que o Paraná deve adquirir vacinas contra a dengue assim que a comercialização do medicamento no país for permitida. “É concretíssima a vontade do Paraná de comprar a vacina. Só não podemos, porque ela só pode ser comercializada após a precificação pela Anvisa”, explicou o secretário.
A expectativa de Caputo é que a precificação pela Câmara de Regulação de Mercado de Medicamentos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária ocorra em aproximadamente 30 dias, o que permitiria que a vacinação contra a dengue começasse em junho desse ano. Se isso se concretizar, a segunda dose será aplicada em dezembro, garantindo o reforço da imunização inicial no período de maior risco para propagação da doença. A imunização completa exige ainda uma terceira dose, que seria aplicada na metade de 2017.
O objetivo de Caputo é adquirir, inicialmente, 500 mil doses da vacina, que seriam destinadas à imunização de pessoas das faixas etárias mais atingidas pela doença (adultos entre 20 e 30 anos, e pessoas de meia-idade com comorbidades), nas regiões prioritárias. A dose seria aplicada nas cidades paranaenses em situação epidêmica (atualmente são 40 municípios). “ O número de doses compradas depende da disponibilidade do laboratório”, explicou o secretário.
Para garantir essa primeira etapa, R$ 25 milhões do orçamento do estado já foram reservados, com autorização do governador Beto Richa. Como o preço ainda não foi definido, não se sabe se o valor seria suficiente para garantir todas as doses que o Paraná pretende comprar neste primeiro momento. O secretário garante, porém, que irá negociar o preço para que o maior número de pessoas possível possa ser imunizado.
Vacina
Desenvolvida pelo laboratório Sanofi Pasteur durante 20 anos, a vacina contra a dengue foi registrada pela Anvisa em dezembro de 2015, depois de passar por três fases de teste. O medicamento é tetravalente, prevenindo contra todos os tipos de dengue, sendo mais eficaz contra DEN-1 e DEN-4.
A eficácia global é de 65,6% para pessoas entre 9 e 45 anos, mas o secretário de saúde do Paraná chama a atenção para a redução de 80,8% no número de hospitalizações e de 93,2% no número de casos graves, que são os que resultam em morte. Outro ponto importante, segundo ele, é a diminuição na circulação dos vírus.
A vacina é dividida em três doses, que devem ser tomadas a cada seis meses. Conforme Caputo, é possível que isso diminua a adesão à vacina. A dose única está sendo desenvolvida pelo Instituto Butantan, mas ainda deve demorar entre 3 e 5 anos para ficar pronta e poder ser comercializada no país.
Apesar de nenhuma reação adversa ter sido registrada no período de testes, o estado faria um monitoramento para detectar efeitos colaterais da vacina.