A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês) deve abrir um escritório no Paraná em 2012. A ideia começou a ser discutida em setembro, mas requer oficialização para sair do papel. Conforme a Secretaria de Estado de Agricultura e Abastecimento (Seab), já foi protocolado documento solicitando a cessão de um servidor, o ex-secretário da Agricultura Valter Bianchini, para comandar o escritório. No entanto, Bianchini só poderia ser emprestado para outro órgão por meio de um Decreto Oficial, editado pelo governador Beto Richa.
O objetivo de implantar uma estrutura física da FAO é descentralizar as ações e fortalecer a chamada cooperação Sul-Sul (entre América Latina e África). "Ainda temos que de fato estabelecer um plano de ação", afirma o secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara. Uma das intenções do governo é discutir a aquicultura (criação de animais e plantas aquáticas), mas assuntos globais, como a segurança alimentar, a articulação de políticas de pesquisa agrícola e a cooperação entre países, também devem integrar o planejamento de trabalho do escritório.
Herlon de Almeida, assistente do diretor-geral brasileiro da usina hidrelétrica Itaipu Binacional, considera fundamental o intercâmbio de experiências. "Serão identificados programas e projetos desenvolvidos, especialmente de sanidade animal, para serem estendidos à América Latina e à África", explica. A presença do escritório torna o Paraná um campo para experiências positivas identificadas em outros países. "Vai permitir ao Paraná e à Itaipu conhecerem outros projetos e metodologias", diz Almeida. A Itaipu dispõe de uma Estação de Aquicultura na margem paraguaia do reservatório, na qual são desenvolvidos programas e ações na área de criação de peixes.
Procurada pela reportagem, a FAO diz que a ideia está avançando, mas não confirma a instalação do escritório. Embora ainda existam burocracias a serem superadas, a intenção é colocar o escritório em atividade no início do ano que vem. "Já pedi celeridade na autorização do governador, pois é muito relevante para o estado receber um organismo da ONU, preocupado com a agricultura familiar e políticas de cooperação", afirma Ortigara. Para Almeida, o escritório dá visibilidade internacional ao estado. "Trata-se de uma aproximação entre partes, com a possibilidade de troca de conhecimento. Além de dar visibilidade internacional aos projetos da Itaipu e do governo do estado", diz.
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