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Meio ambiente

Paraná elege áreas de preservação mais urgente

Veja quais são as áreas mais importantes de conservação da flora e fauna |
Veja quais são as áreas mais importantes de conservação da flora e fauna (Foto: )

Ponta Grossa - O Paraná precisa com urgência proteger o que resta de sua floresta de araucárias e restabelecer corredores de biodiversidade entre as porções florestais resistentes. Para reverter o processo de desaparecimento do que restou, o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e a ONG The Nature Conservancy (TNC) lançam na tarde de hoje, em Curitiba, um estudo inédito sobre a biodiversidade paranaense.

O mapeamento das florestas do estado indica as áreas prioritárias para conservação e recuperação. São florestas estratégicas por conterem nascentes de rios importantes, maior ocorrência de fauna ou por representarem ligações entre porções florestais. Apenas 2,4% do estado estão efetivamente protegidos, e o pinheiro representa apenas 0,3% deste total. Os dados são fruto de um estudo feito em conjunto entre órgãos governamentais e sociedade civil. O Ministério do Meio Ambiente (MMA) produziu o primeiro mapeamento, por meio do Programa Probio. Em parceria com a TNC, Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) e IAP cruzaram os dados obtidos no estado com as informações federais, formalizando um diagnóstico sobre a situação da fauna e da flora, apontando as prioridades de conservação.

O estudo envolve, além da biodiversidade, definição de estratégias para itens como água, ar, solo e ocupação humana, através da sobreposição de mapas geológicos, florestais, hídricos e da fauna ameaçada. "É um trabalho bem extenso, onde reunimos um conjunto de estudos das fragilidades e importâncias ambientais do estado", conta Victor Hugo Burko, chefe do IAP. "Com isso retiramos ao final um mapa que estabelece áreas absolutamente prioritárias. A partir de agora sabemos efetivamente o nível de importância em proteger determinadas áreas", explica. Entre as ferramentas disponíveis para conservar áreas importantes estão a criação e manutenção de Áreas Protegidas de Proteção Integral, a criação de Reservas Particulares de Patrimônio Natural, incentivos à manutenção e restauração da Reserva Legal, e proteção e recuperação de Áreas de Pre­ser­vação Permanente.

Araucária

Como exemplo de área prioritária estão os 300 mil hectares da Serra da Esperança, em Guarapuava, onde nascem os rios Ivaí, Piquiri e Jordão, este um dos principais afluentes do Iguaçu; outras áreas consideradas essenciais são a Escarpa Devoniana, nos Campos Gerais, e as florestas de araucária, encontradas da Serra do Mar até o Oeste paranaense. Nesses locais são encontrados animais ameaçados, como o puma, o lobo-guará e a suçuarana. "No caso da araucária precisamos conservar os últimos remanescentes, que são áreas de alta importância biológica, os ambientes mais ameaçados no Paraná", observa Mariese Mu­­chailh, chefe do Departamento de Biodiversidade do IAP.

Mesmo sem ter tido contato com o estudo, o coordenador da ONG SOS Mata Atlântica, Mario Mantovani, vê com satisfação a utilização das informações para dar base a uma política ambiental. "Quanto mais mapas forem usados, mais informações agregar, melhor é para o gestor público tomar as decisões", avalia Mantovani, acrescentando a necessidade de traduzir o conteúdo também para a comunidade dos produtores rurais, diretamente interessada no levantamento. A SOS Mata Atlântica realizou um diagnóstico semelhante, com base em dados do Ministério do Meio Ambiente, em 2008; o trabalho foi atualizado em 2009. "No estado do Paraná um estudo como esse é decisivo para viabilizar as políticas públicas ambientais", observa.

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