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Educação

Paraná fica fora do top 100 do ensino médio

O Colégio Newton Guimarães foi o segundo do Paraná entre os estabelecimentos estaduais | Gilberto Abelha/ Jornal de Londrina
O Colégio Newton Guimarães foi o segundo do Paraná entre os estabelecimentos estaduais (Foto: Gilberto Abelha/ Jornal de Londrina)

Sétimo lugar no ranking do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2012, o Paraná não tem nenhuma escola entre as cem melhores colocadas do país. Diferente do ano anterior, quando o estado emplacou dois colégios no top 100, desta vez a instituição paranaense mais bem colocada – o Setor de Educação Profissional e Tecnológica da UFPR – aparece na 105ª posição.

Atrás de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Distrito Federal, Minas Gerais e Santa Catarina na classificação geral, o Paraná ficou acima da média nacional nas provas objetivas (Linguagens e Códigos, Matemática, Ciências Humanas e Ciências da Natureza), exceto na de Redação. As notas do Enem 2012 por escola foram divulgadas ontem pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pelo exame.

Embora a primeira colocada do Paraná seja uma instituição federal, as escolas privadas dominam o ranking. Entre as 30 primeiras, por exemplo, aparecem quatro federais, 25 particulares e apenas uma estadual, o Colégio da Polícia Militar, de Curitiba.

Equívocos

Para a professora Andréa Barbosa Gouveia, do Setor de Políticas Educacionais da UFPR, uma leitura que compare o desempenho das escolas públicas e privadas na forma de ranking é equivocada, já que o exame mede, sobretudo, o capital cultural dos alunos, por meio de situações problema.

"É como dar uma Ferrari para um e um Fusquinha para o outro. Já se sabe quem vai chegar primeiro. Alunos de escola particular têm muito mais condições de ir ao cinema, acessam outras possibilidades de aprendizagem. É preciso comparar entre iguais", defende.

A especialista destaca que o Enem mede pouco a qualidade do sistema educacional e muito mais a formação cultural do jovem brasileiro. De acordo com ela, uma análise certeira precisa separar, inclusive, escolas estaduais de federais, já que as últimas selecionam alunos por meio de testes. "Nas estaduais, recebem-se estudantes do conjunto da população, indiscriminadamente. Elas são mais democráticas, não escolhem alunos. É preciso planejar políticas olhando para elas."

Demora do MEC dificulta melhorias

O segundo lugar no ranking paranaense do Enem ficou com o Colégio Universitário de Londrina, primeiro entre as instituições privadas do estado. "É fruto de um trabalho intenso, fazemos o que tem que ser feito. Não temos uma preparação especial para o Enem, nossos alunos saem do terceiro ano prontos e vão muito bem no Enem e nos vestibulares concorridos da Federal, UEL, USP", diz o diretor de marketing, Manuel Machado.

Ele critica a demora na divulgação de dados pelo MEC, o que dificulta a ação das instituições de ensino na melhoria de pontos críticos. "O feedback demora um ano, isso prejudica uma geração de alunos no Brasil todo. Esse resultado de agora só vai beneficiar alunos de 2014, os de 2013 perderam."

Primeiro colocado entre as instituições estaduais, o Colégio da Polícia Militar do Paraná, em Curitiba, tem um trabalho específico de preparação para o Enem e o vestibular. O diretor pedagógico da instituição, tenente George Luiz Dal Apria, explica que os alunos são selecionados por meio de teste classificatório. "Temos uma procura dez vezes superior ao número de vagas. Também atendemos um quantitativo razoável de filhos de PMs. Por isso, fazemos um teste que mede o conhecimento, para ingresso."

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