O Paraná teve 214 arrombamentos, assaltos ou tentativas de assalto a agências bancárias em 2012. O número é inferior apenas ao registrado nos estados de São Paulo (492) e Minas Gerais (301) no mesmo período. É o que aponta um levantamento da 4ª Pesquisa Nacional de Ataques a Bancos, feita pela Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV) e pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), com apoio do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Em todo o Brasil, foram 2.530 ataques a bancos, uma média diária de 6,9 ocorrências. O número é 56,8% maior do que a taxa de 2011. A Contraf-CUT aponta, no entanto, que o número real deve ser ainda maior, já que várias ocorrências não chegam a ser noticiadas e muitos estados têm dificuldades em levantar informações.
Dentre casos registrados no ano passado, a maior parte (1.757) foram arrombamentos a agências, postos de atendimento e caixas eletrônicos. Os assaltos e tentativas de assalto, por sua vez, somaram 773 registros.
Assaltos e arrombamentos crescem no Paraná
Em 2011, 29 casos de assalto ou tentativas de assalto foram coletados no Paraná. No ano passado, este número subiu para 34 (um aumento de 17,2%). No caso dos arrombamentos, o índice quase triplicou: de 69 ocorrências em 2011, a taxa saltou para 180 no ano seguinte.
Os ataques a caixas eletrônicos também registraram aumento. No primeiro trimestre de 2013, aconteceram 38 explosões no estado, seis delas em Curitiba. Ano passado, houve dez detonações a menos.
De acordo com o delegado federal e coordenador da pós-graduação em segurança pública da Universidade Tuiuti, Algacir Mikailoviski, dois mecanismos de proteção precisam ser aprimorados. Em primeiro lugar, falta controle sobre a produção e comércio de explosivos. Além disso, as empresas privadas devem ter maior diálogo com os órgãos de segurança pública. "Os casos de violência se perpetuam porque o vigilante contratado na agência nem sempre está em contato com a Polícia Militar. Essa falta de interação enfraquece a proteção", avalia.
Em nota, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) afirmou que os seus filiados aumentaram de forma "significativa" os investimentos em segurança. Segundo a entidade, o valor subiu de R$ 3 bilhões por ano, em 2002, para R$ 8,3 bilhões por ano, em 2011.
Em seu levantamento de ataques contra bancos, a Febraban aponta que registrou 440 assaltos, incluindo as tentativas, o que representa uma redução de 56% em relação ao verificado em 2002.
"Cofre com dispositivo de tempo, redução do numerário nas agências e o estímulo a transações eletrônicas são algumas dessas medidas que levaram à queda", disse a entidade em sua nota.