Panorama
Saiba um pouco mais sobre o ensino superior no Brasil:
Cenário nacional
De acordo com o último Censo do Ensino Superior, referente ao ano de 2010, o Brasil tem 2,3 mil universidades e faculdades, das quais apenas 278 são públicas. Destas, 108 são estaduais, 99 federais e 71 são administradas pelos municípios.
Estaduais
São 38 universidades estaduais sendo 21 sediadas fora das capitais , um centro universitário e 69 faculdades. Sete unidades deste último grupo são paranaenses e foram reunidas recentemente para a criação da Universidade Estadual do Paraná (Unespar).
São Paulo
Com 49 unidades, o estado de São Paulo tem o maior número de instituições estaduais de ensino superior do país. Depois vem o Rio de Janeiro (12 instituições), Minas Gerais (cinco), Bahia (quatro) e Ceará (três). Três estados não contam com nenhuma universidade estadual: Acre, Rondônia e Sergipe.
Federais
Minas Gerais é o estado com mais instituições federais de ensino superior: 17. Seguido por Rio de Janeiro (dez) e Rio Grande do Sul (nove).
Municipais
As faculdades municipais estão mais presentes em Pernambuco e São Paulo (com 22 instituições cada) e Tocantins e Minas Gerais (com seis unidades cada).
Universitários
O Brasil tem 5,4 milhões de universitários, dos quais 2,8 milhões estudam no interior dos estados. Aproximadamente 1,4 milhão cursa instituições públicas, dos quais 524,6 mil frequentam unidades estaduais. Entre as instituições vinculadas ao estado, São Paulo é a que tem mais estudantes, com 152 mil, seguido do Paraná, com 69,8 mil. Segundo a Secretaria da Ciência e Tecnologia do Paraná, esse número já chega a 90 mil.
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O Paraná desembolsará neste ano R$ 1,25 bilhão para manter a estrutura das universidades estaduais. Trata-se do segundo maior orçamento entre os seis estados que mais investem na rede estadual de ensino superior. No entanto, quando o assunto é o valor investido por aluno, a posição paranaense muda radicalmente: o investimento per capita só é maior que o do Ceará.
São sete as instituições estaduais de ensino superior públicas no Paraná. Nelas, estudam 69,8 mil alunos, de acordo com o Censo da Educação Superior com base em dados de 2010. O orçamento paranaense prevê um gasto médio de R$ 17,9 mil por estudante matriculado nos cursos de graduação. Um valor inferior a estados como Minas Gerais (R$ 31,6 mil) e Rio de Janeiro (R$ 27,9 mil), por exemplo.
São Paulo tem o maior orçamento geral do setor R$ 8,74 bilhões, sem contar o Fundo de Amparo à Pesquisa para manter três universidades (USP, Unicamp e Unesp) e duas faculdades (Famema e Famerp). Por aluno, o investimento chega a R$ 73,3 mil. Esse valor não leva em conta o orçamento destinado à Faculdade de Tecnologia (Fatec), vinculada a outro órgão do governo.
Federalização
Na opinião do ex-vice-reitor da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e pesquisador da área de políticas públicas educacionais, Mário de Azevedo, a comparação entre o valor do orçamento e o número de alunos não indica exatamente que determinado estado tem feito maior esforço do que outro. No entanto, acredita que exista espaço para aumentar o orçamento das universidades paranaenses.
"As instituições têm respondido bem às demandas locais, trabalhando com alta qualidade. Mas acredito que o governo tem condições de fazer maiores alocações de recursos. Na década de 1990, 10% do arrecadado pelo Estado era destinado ao ensino superior e hoje esse índice é de menos de 5%. Existe espaço para crescimento no orçamento. Agora, se o Estado acha que não tem condições, que busque a federalização das universidades", diz Azevedo, que defende uma participação maior do governo federal nas instituições estaduais.
A ex-presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inepe) Maria Helena Guimarães de Castro também defende a ideia. "Este é um debate que está em curso. Entendo que seja importante o governo federal estar relacionado na melhoria da infraestrutura de pesquisa e no fornecimento de bolsas, por exemplo. Agora, não é o caso no que se refere a gastos com custeio, manutenção e pessoal", explica Maria Helena, que também foi secretária da Educação no Distrito Federal e no estado de São Paulo.
Verba de custeio cai pelo segundo ano consecutivo
O ano letivo nas sete universidades públicas mantidas pelo governo do Paraná começou com uma notícia desagradável: a verba de custeio, usada na compra de insumos para os laboratórios e pagamento de estagiários, caiu pelo segundo ano consecutivo.
A redução foi confirmada na Lei Orçamentária Anual (LOA), que projeta os gastos e as receitas de cada órgão governamental para o decorrer do ano. O orçamento geral de custeio, que em 2011 já havia sofrido redução de 38%, ficou 2,78% mais baixo em 2012: para este item as universidades terão disponíveis R$ 78,6 milhões neste ano. Porém, quando se trata apenas dos recursos de custeio destinados a ensino, pesquisa e extensão, o corte é de 25,84% R$ 28,4 milhões previstos para este ano contra R$ 38,3 milhões em 2011.
Integrante do sindicato docente da Universidade Estadual do Oeste, o professor Luiz Fernando Reis diz que o orçamento deste ano das universidades estaduais não previa gastos com investimento. "Quase 94% do orçamento será destinado ao pagamento de pessoal e 6% para custeio. Não havia nenhum centavo para investimento, ou seja, para aquisição de equipamentos e construção de edificações", diz.
Em relação ao PIB, estado é o que investe mais, diz governo
O secretário de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná, Alípio Leal, discorda do levantamento feito com base no orçamento para 2012 e no número de matrículas registrado no Censo do Ensino Superior. Para ele, o Paraná é o estado que mais investe nesse setor. "Se levarmos em consideração o PIB [Produto Interno Bruto] dos estados, nós investimos proporcionalmente até mais do que São Paulo. O Paraná é o estado que mais tem universidades estaduais, com instituições presentes em 10% das nossas cidades. Temos três hospitais universitários e caminhando para ter mais um em Francisco Beltrão. Estamos desenvolvendo um plano estratégico e acompanhando o desenvolvimento de todas as universidades", explica.
Apesar disso, Leal reconhece que a expansão do sistema público de ensino superior está limitada e que, por isso, o governo estadual está negociando parcerias com a União. "A folha de pagamento do estado está no limite estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Por isso, queremos que, ao invés de criar novas universidades federais, o governo opte por investir nas instituições estaduais, que já contam com toda uma estrutura formada e em pleno funcionamento. Precisamos ter uma expansão dirigida para fortalecer os arranjos produtivos locais", diz.
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