Tirar o Paraná da pior colocação entre os estados da Região Sul no ranking da mortalidade infantil e materna é uma das metas do programa lançado ontem pelo governador Beto Richa. A nova rede de assistência a gestantes e bebês recém-nascidos, chamada Rede de Atenção à Saúde Mãe Paranaense, deverá atender diferentes regiões, com atenção especial para as cidades com os piores índices do estado, como Guarapuava, Irati e Cornélio Procópio.
A Rede será composta por três programas de atendimento na rede pública. A Secretaria de Estado de Saúde (Sesa) divide o regime de assistência em três setores de atenção (primária, secundária e terciária), de acordo com a gestação, desenvolvimento da criança e o parto. Em cada um dos estágios as mães e recém-nascidos receberão assistência e consultas especializadas. Os profissionais de saúde passaram por capacitação para formar equipes de especialistas nos diferentes tipos de atendimento.
Segundo a superintendente de atenção à saúde da Sesa, Márcia Huçulak, na atenção primária, o primeiro passo é rastrear e classificar as gestantes conforme o risco da gestação. Na atenção secundária, a intenção é atender gestantes de risco e preparar pediatras especialistas para crianças entre zero e um ano de idade. A atenção terciária tem como objetivo o atendimento do parto de acordo com a situação da gestante. "A classificação de risco feita na atenção primária vai vincular a gestante e a criança ao hospital especializado", afirma.
Mortalidade
As taxas de mortalidade infantil do Paraná são a maior da Região Sul. Dados da Sesa apontam que 12,12 crianças morreram para cada mil nascidas em 2010. Em Santa Catarina, o índice foi de 10,41 por mil e no Rio Grande do Sul chega a 11,18, de acordo com o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do governo federal, em dados prévios. No Brasil, a mortalidade infantil, em 2010, foi de 15,6 óbitos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Já as taxas de mortalidade materna apontam 63,8 óbitos para cada 100 mil gestantes no Paraná em 2010, segundo a Sesa. Dados preliminares do SIM apontam que a taxa no Rio Grande do Sul seria de 59,29 e em Santa Catarina o índice chegaria a 27,21 por cem mil. Em Curitiba, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, são 38,4 mortes em média, entre 2008 e 2010, quase metade do índice paranaense. No Brasil, a taxa é de 64,74 óbitos em 100 mil gestantes, de acordo com o SIM.
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