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Investimentos

Paraná no fim da fila da segurança

Proteção: Paraná tem segundo maior investimento em policiamento, atrás apenas do estado de São Paulo | Albari Rosa/Gazeta do Povo
Proteção: Paraná tem segundo maior investimento em policiamento, atrás apenas do estado de São Paulo (Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo)
Veja, entre os estados, o primeiro e o último em quatro itens, além da posição do Paraná |

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Veja, entre os estados, o primeiro e o último em quatro itens, além da posição do Paraná

O Paraná ficou atrás de 23 estados brasileiros na distribuição de verbas para a segurança pública no ano passado. A comparação mede o total investido na área em contraste com todas as outras despesas de cada governo. Apenas o Piauí e o Ceará destinaram uma parte menor dos seus orçamentos para a segurança pública (o Distrito Federal não entra na contabilidade já que a maior parte da verba para segurança pública é custeada pela União).

O governo paranaense destinou 6,5% do seu orçamento para a questão da segurança pública. Foram R$ 97 milhões, um total de R$ 98,67 por habitante. No gasto per capita com segurança pública, o Paraná está à frente apenas do Distrito Federal e de cinco estados (veja infográfico).

Os dados fazem parte do Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O documento, divulgado ontem, traz uma série de dados estatísticos sobre criminalidade, instituições policiais, investimento em segurança pública e sistema prisional. Segundo o coordenador do estudo, Renato Sérgio de Lima, o Paraná sai perdendo na comparação com estados que têm perfis populacionais, econômicos e geográficos semelhantes. "Os investimentos do estado estão abaixo dos vizinhos do Sul e do Sudeste", afirma.

O presidente da Comissão de Segurança Pública da Assembléia Legislativa do Paraná, deputado Mauro Moraes (PMDB), lembra que, de 2005 para 2006, aumentaram os recursos da segurança pública. "Foram 15% a mais de verba. E, de 2006 para 2007, ainda houve um pequeno aumento." Segundo o deputado, para 2009 será aumentado ainda mais o porcentual de recursos para a pasta.

O esforço orçamentário do governo paranaense é reconhecido pelo coordenador da pesquisa, Renato Sérgio de Lima. No entanto, de acordo com ele, não há como mensurar se esse esforço se traduziu em queda nos índices de criminalidade. Isso porque o Paraná não passou dados para o sistema da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp). "Em outros estados, percebemos que, onde houve mais recursos, houve redução nos índices de criminalidade. Mas no caso do Paraná não temos como fazer essa dedução."

Para o sociólogo e coordenador do Núcleo de Estudos sobre Segurança Pública e Direitos Humanos da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Pedro Bodê, não é possível tirar conclusões sobre a segurança pública com base apenas nos dados divulgados. "Apenas o dinheiro injetado nas polícias não garante a redução da violência. Existem outras variáveis aí: o investimento em educação e saúde e o acesso à justiça", explica.

Sesp

Em nota à imprensa, a Secretaria de Segurança Pública (Sesp) afirma que os dados não foram solicitados pelo Fórum à Sesp. Mesmo assim, segundo a nota, há alguns dias a Secretaria teria encaminhado os dados ao Fórum, que não teve tempo hábil de inseri-los. Diz a nota: "O anuário 2008 apresenta números da criminalidade referentes ao ano 2007 de alguns estados da federação. Esses dados são fornecidos à entidade pelos estados através da Secretaria Nacional da Segurança Pública (Senasp). Porém, neste período os dados do estado do Paraná estavam passando por uma certificação de qualidade e por isso não constavam na base de informações da Senasp."

Ainda segundo a Sesp, os métodos empregados pelos estados, repassados para a Senasp para gerar os dados estatísticos da criminalidade são completamente distintos, o que gera grandes distorções e por isso não podem ser comparados.

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