O governo do Paraná corre atrás de dois empréstimos que totalizam US$ 800 milhões (cerca de R$ 2,4 bilhões) junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para ter verbas para realizar investimentos de infraestrutura. A medida é uma necessidade decorrente do déficit financeiro do estado. Somente para este ano, as contas estão no vermelho em R$ 1 bilhão. Se somadas as dívidas que restaram do ano passado, o valor do débito chega a R$ 2,3 bilhões.
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Mauro Ricardo, da Fazenda, diz que a decisão não é dele, mas que o cenário atual não permitiria nenhum reajuste aos servidores. “Cabe à nós apresentar os números para que seja tomada uma decisão”, diz.
Governo usa dinheiro de fundos para pagar despesas com pessoal
Da verba total destinada pelo governo para pagar os servidores, R$ 12,8 bilhões têm como origem o montante arrecadado pelo estado – o resto é oriundo dos fundos
Leia a matéria completaSem o empréstimo, que precisa ser aprovado pelo Ministério da Fazenda, o estado não terá condições de realizar nenhum grande investimento neste ano. Do montante solicitado como empréstimo, US$ 500 milhões serão destinados a obras de infraestrutura nas rodovias (com US$ 200 milhões de contrapartida do estado).
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Leia a matéria completaOs outros US$ 300 milhões serão abarcados na Paraná Cidade. Este empréstimo prevê uma contrapartida de US$ 150 milhões do governo estadual. O secretário estadual da Fazenda, Mauro Ricardo Costa, explica que este valor será utilizado como linha de crédito para os municípios realizarem investimentos urbanos. A expectativa é de que até os empréstimos sejam autorizados até o fim do ano.
A justificativa para a falta de dinheiro nas contas públicas do Paraná é de que o governo passou a ter mais despesas e a arrecadar menos. A situação é resultado das decisões do próprio governo estadual, segundo Costa.
“Aumentaram significativamente as despesas com encargos pessoais. Houve aumentos salariais concedidos para servidores públicos, como professores, e pela contratação de outros [servidores]. Tudo isso levou a um incremento que desequilibrou o orçamento”, afirma o secretário. Conforme o governo, o aumento salarial para os professores durante os primeiros quatro anos de governo foi de 60%. Em fevereiro deste ano, o estado alegou, em nota, que nos últimos quatro anos foram contratados 23 mil profissionais de educação.
O secretário afirma que outro ponto que contribuiu para a situação atual foi a transferência, em 2012, de servidores que deveriam ser pagos pelo Fundo Previdenciário para o Fundo Financeiro, custeado pelo Tesouro Estadual.
Esses três fatores são tratados como um equívoco por Costa. “[O governo] Não deveria ter dado o aumento e nem contratado pessoal. Ou, então, concedido um aumento menor. Mas, tudo isso foi feito. Houve os méritos em se fazer, já que o estado precisava contratar mais professores. Mas o impacto no orçamento foi esse”, ressalta.
Em 2010, houve um gasto de R$ 10 bilhões com pessoal. Hoje esse mesmo gasto é de R$ 17,4 bilhões anuais, o que representa quase 85% dos R$ 20,4 bilhões previstos de arrecadação pelo governo estadual para 2015. “Se temos toda a arrecadação comprometida com despesa de pessoal e pagamento de dívida, não sobra nada para o restante da população”, constata o secretário.
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