Homenagem
Amigos, políticos e leitores prestam homenagens a Belmiro:
"Ele era uma das grandes cabeças pensantes do Brasil. Uma pessoa brilhante. Ele era mais do que um amigo, era um irmão. É difícil acreditar. A gente tinha conversado na sexta-feira [28] e combinamos que ele viria até minha casa nessa segunda-feira [31]."
Jayme Canet Júnior, ex-governador, que o nomeou pela primeira vez como secretário estadual de Planejamento.
"É uma grande perda de um homem com uma inteligência e lucidez que sempre estiveram na defesa do bom senso e dos interesses do Paraná. O estado perde um dos seus mais importantes intelectuais e um homem de grande sensibilidade pública. Era com certeza um dos analistas mais brilhantes que tivemos e todos aqueles que conviveram com ele se beneficiaram de sua inteligência, lucidez e, sobretudo, bom humor."
Jaime Lerner, arquiteto e urbanista, ex-governador do Paraná e ex-prefeito de Curitiba.
"Belmiro dedicou boa parte de sua vida a um Paraná melhor para os paranaenses. Suas ideias merecem nossa reflexão. Nos últimos 30 anos, desde os tempos de secretário do Planejamento no governo de meu pai, José Richa, Belmiro Valverde contribuiu de muitas formas para o desenvolvimento paranaense, na vida pública e na iniciativa privada."
Beto Richa, governador do Paraná, via redes sociais.
"Belmiro sempre teve um grande círculo de amizades. Era de uma companhia extremamente agradável e apostava muito na competência das pessoas. Sempre pensou no bem-estar do povo."
Ricardo Pasquini, médico.
"Belmiro Valverde era um grande pensador do Paraná. Inteligente, dotado de humor refinado, dono de vasto conhecimento técnico e geral. Além disso, tinha a capacidade do estadista, que estuda, conhece e realiza. Ajudou a melhorar a administração do nosso estado. O Paraná perde muito com seu falecimento."
Gleisi Hoffmann, senadora (PT-PR) e ex-ministra da Casa Civil, via redes sociais.
"É uma tristeza para o Paraná. Perdemos um dos homens com maior capacidade de pensar o futuro do estado. Belmiro era um homem que também recentemente deu contribuições ao sugerir diretrizes para o desenvolvimento do Paraná. Sua contribuição é perene."
Guilherme Döring Cunha Pereira, presidente executivo do grupo GRPCom.
Um homem que pensava o Paraná e o Brasil sob a ótica de Estado. Intelectual e defensor dos interesses dos paranaenses a longo prazo. Humano e sensível, que doou seu tempo ao desenvolvimento das pessoas. Assim foi Belmiro Valverde Jobim Castor, professor, economista e ex-secretário do Planejamento e da Educação do Paraná, que faleceu no último sábado, aos 71 anos, vítima de um mal súbito do coração.
O falecimento surpreendeu a todos ao seu redor, entre familiares e os muitos amigos que o acompanhavam. Retirou-se para dormir no sábado, mas, pouco depois, sua esposa, Thereza Elizabeth Bettega Castor, percebeu que ele passava mal. Chamou o socorro, mas não houve tempo para reverter seu quadro. Ele já havia tido problemas do coração anteriormente. Seu corpo começou a ser velado às 11 horas desse domingo, na capela 4 do cemitério Água Verde, em Curitiba. O sepultamento será hoje, às 16 horas. Belmiro deixou esposa e duas filhas.
Últimos planos
Segundo amigos, estava planejando férias com viagem para a Europa, para assistir à cerimônia de canonização do papa João Paulo 2.º, e também para visitar uma filha, que mora na Alemanha. Enquanto planejava a viagem, dedicava-se a atividades comunitárias, em especial a Escola João Paulo 2.º, que atende crianças carentes em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba.
O nome da escola presta homenagem ao papa, a quem cultivava especial devoção. Ao lado de sua esposa, Belmiro queria que crianças pobres tivessem o mesmo ensino de qualidade pré-escola, fundamental e contraturno "como aquele que têm nossos filhos e netos", como dizia, segundo Aroldo Murá Haygert, presidente do Instituto Ciência e Fé de Curitiba e autor da coleção Vozes do Paraná.
Esse foi o mote para a construção da escola, que conta com projeto de arquitetura doado por Manoel Coelho e que hoje é mantida pela comunidade empresarial e amigos. Seu coração carregava as crianças atendidas na escola como seus netos. Maria Eliane de Aguiar, pedagoga da escola, conta que só conseguiu concluir a faculdade porque teve a ajuda de Belmiro. "Ele considerava os 282 alunos como se fossem seus netos e assim os chamava informalmente. Vamos sentir falta dele por nos mostrar que é possível ter uma educação de qualidade", lamentou Maria.
Trajetória
Nascido em Juiz de Fora e curitibano por adoção, Belmiro era bacharel em Direito e PhD em Administração Pública pela University of Southern California. Também era colunista da Gazeta do Povo desde 1995. Foi autor do livro "O Brasil não é para Amadores: Estado, Governo e Burocracia na Terra do Jeitinho", que teve tradução para o inglês. Como professor, dava aulas na Universidade Positivo e na FAE Business School, no doutorado em Administração da PUCPR. Foi professor titular da UFPR de 1971 a 2004.
Professor trazia opinião qualificada em programa de TV
Diego Antonelli
Por mais de dez anos, Belmiro Valverde Jobim Castor fez parte da equipe do programa Cobras & Lagartos, da emissora de televisão da UFPR. Ao lado do jornalista Ney Hamilton Michaud, do médico Mario Negrão e do cineasta Hugo Mengarelli, Belmiro "falava de tudo e de todos". "Era um papo de boteco sem o boteco. Não havia censura alguma", resume Ney Hamilton. Em diversas pesquisas, o programa foi apontado como um dos mais vistos da tevê universitária. Desde o começo, Cobras & Lagartos manteve sempre as mesmas pessoas na apresentação. "A partida do Belmiro é muito sentida. Ele é uma das raras pessoas que passam e marcam a nossa vida", assinala Hamilton. Cobras & Lagartos abordava os mais distintos temas, revelados no início do programa, para que os participantes expusessem opiniões qualificadas a palpites sobre os mais variados assuntos.
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