Eixos
Programa pretende reforçar a ligação entre Paraná e São Paulo
No Norte e Noroeste do estado, o governo pretende impulsionar o desenvolvimento das regiões por meio de melhorias em eixos rodoviários que ligam o Paraná ao estado de São Paulo. O programa vai privilegiar três eixos, por meio do qual poderá escoar a produção ao estado vizinho. Os trechos ficarão integrados a rodovias federais, otimizando a malha. O maior segmento é o da PR-317, que liga Maringá a Santo Inácio, em direção a São Paulo. Os outros eixos são a PR-170 (entre Cambé e Porecatu) e a PR-182 (de Nova Londrina a Diamante do Norte). O consultor da Fiep, João Arthur Mohr, destaca que as obras seriam importantes, sobretudo porque São Paulo é o principal mercado consumidor dos produtos paranaenses. "Com esse fluxo, criaríamos uma logística rodoviária focada em produtos de maior valor agregado para um grande mercado consumidor, que é São Paulo. Essas rodovias vão facilitar o acesso, e isso é desenvolvimento para as regiões", apontou. De acordo com os especialistas, a ampliação dos eixos de acesso a São Paulo traria mais alternativas de fluxo da produção do estado, hoje focado na BR-116. Com a pavimentação do trecho entre Cerro Azul e Doutor Ulysses, o Paraná poderia criar ainda outra possibilidade, ligando-se ao Sudoeste de São Paulo, via Sengés.
Sem resposta
A reportagem encaminhou à Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Seil), responsável pelo projeto, uma série de questões para detalhar o programa. Entre elas, estavam perguntas sobre as negociações com o BID e as contrapartidas do estado. A Seil, no entanto, não conseguiu responder ou se manifestar, porque seus diretores estavam em reunião ou não puderam ser localizados pela assessoria de imprensa do órgão.
O governo do Paraná bate à porta do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), negociando empréstimo para tirar do papel um projeto logístico que prevê obras ao longo 460 quilômetros de 14 estradas estaduais. Orçado em US$ 680 milhões (R$ 1,482 bilhão), o programa prevê a ampliação e melhorias na malha rodoviária de regiões que concentram cidades com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). A partir disso, espera-se estimular esses municípios e minimizar a pobreza.
O projeto Programa Estratégico de Infraestrutura e Logística de Transportes prevê a pavimentação de 140 quilômetros de estradas, ligando pequenos municípios a rodovias estaduais. O alvo desta parte do projeto são regiões menos desenvolvidas, principalmente no Centro-Sul e Vale da Ribeira.
INFOGRÁFICO: Veja os projetos no mapa
"Essa infraestrutura permitiria a recuperação do IDH dessas regiões. É fundamental para amenizar a miséria e a fome desses bolsões", analisou o economista Lafaiete Neves, especialista em transporte.
Inclui-se nesta etapa o asfaltamento da PR-092, entre Cerro Azul e Doutor Ulysses município com o pior IDH do Paraná. A obra é uma reivindicação histórica dos moradores, que atribuem o atraso ao isolamento geográfico. Também estão previstas a pavimentação do acesso ao Porto de Antonina a PRC-101 , além de trechos de estradas em São Mateus do Sul, Coronel Domingos Soares, Reserva do Iguaçu e Mato Rico, considerados bolsões de pobreza do estado.
O programa também deve duplicar 150 quilômetros e restaurar 170 quilômetros de rodovias. Nestas etapas, encontram-se melhorias no eixo rodoviário PR-466 que liga Guarapuava a Mauá da Serra, alavancando o desenvolvimento de pequenos municípios às margens da estrada.
"Aquele setor é um vazio, marcado por pequenas cidades, em uma região pobre, de poucos acessos rodoviários. Essa integração deve beneficiar a área como um todo", disse o conselheiro de infraestrutura da Federação das Indústrias do Paraná, João Arthur Mohr. "O desenvolvimento vem pela estrada. Se não tem estrada, não tem desenvolvimento", resumiu.
Integração
De acordo com o projeto, o objetivo é integrar as estradas que serão pavimentadas ou que passarão por melhorias à rede rodoviária estradas estaduais e federais. O Paraná também pretende implantar cinco centros logísticos, com estruturas de apoio para usuários, posto de armazenagem e desembaraços alfandegários.
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