Por conta da má gestão de alguns municípios do Paraná, entre eles Paiçandu, Ivaiporã, Maringá e Umuarama, a população pode perder ainda neste semestre cerca de 92 ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Isso porque os veículos, entregues pelo governo federal em 2010, ainda permanecem estacionados e sem uso, ou então são utilizados de forma irregular.
Como as cidades não colocaram o serviço de atendimento em funcionamento, o Ministério da Saúde exigiu a devolução. Sem as ambulâncias, que são equipadas para funcionar como UTI móvel ou como Unidades de Suporte Básico, o serviço de urgência e emergência continuará não existindo em muitas cidades do estado, ao passo que em outras opera em sua capacidade máxima.
Pelo modelo atual, cidades vizinhas e de pequeno porte muitas vezes se unem em consórcios para viabilizar o serviço, que custa cerca de R$ 18 mil por mês, de acordo com a Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (Sesa). Os prefeitos, no entanto, alegam que não possuem o recurso, como é o caso dos municípios de Ivaiporã, Jardim Alegre, Arapuã, Ariranha do Ivaí, Lidianopolis e Lunardelli (Região Oeste).
As seis cidades receberam juntas duas ambulâncias do ministério. A primeira nunca saiu do estacionamento, e a segunda, do tipo UTI móvel, era usada para transportar pacientes para outras cidades, o que é irregular, já que sua complexidade e os custos de sua manutenção exigem que ela seja utilizada para casos graves como quando há um acidente na estrada entre as cidades e é preciso fazer o deslocamento do ferido para um hospital de média ou alta complexidade localizado em uma cidade maior.
Sem funcionários
Em Paiçandu (região de Maringá), a situação é parecida: o município alega não ter recursos para contratar funcionários (como motorista, técnico de enfermagem e médico), e por isso a ambulância, que beneficiaria outras cinco cidades, está parada. De acordo com o diretor de Políticas de Urgência e Emergência da Sesa, Vinicius Filipak, outras três cidades estão na lista das que podem perder os veículos: Maringá, Cascavel e Umuarama, caso não implantem o Samu até o fim do primeiro semestre.
Procurado, o Ministério da Saúde não se pronunciou. A Sesa também não informou quais são as cidades que podem perder as ambulâncias, mas prometeu enviar a relação na manhã de hoje. No total, seis regiões do estado contam com o serviço: Apucarana, Londrina, Região Metropolitana de Curitiba, Litoral, Foz do Iguaçu e Cornélio Procópio. O Samu de Pato Branco será inagurado em breve, segundo a secretaria.