O Paraná está entre os 11 estados brasileiros que receberam lotes do anestésico lidocaína distribuído pela Medicminas Equipamentos Médicos Ltda. A empresa, com sede em Minas Gerais, é clandestina e o medicamento é suspeito de causar a morte de três pessoas num hospital da Bahia, na última sexta-feira. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) suspendeu, em todo país, a comercialização e o uso da lidocaína fabricada pela Medicminas. Os estados que receberam o medicamento estão em alerta e tentam localizar os lotes com problemas.

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No Paraná, até a noite de ontem, o produto ainda não havia sido encontrado e não havia informações sobre pacientes com reações inesperadas após o uso do remédio. Hospitais, clínicas ou farmácias que tiverem lidocaína spray 500 mililitros, lidocaína 10% solução 500 mililitros e lidocaína 2% gel 120 gramas, da empresa Medicminas, devem avisar imediatamente a Anvisa. As análises dos medicamentos suspeitos estão sendo feitas por laboratórios oficiais e a causa das mortes está sendo investigada.

A lidocaína, mais conhecida como Xilocaína, possui função anestésica e é normalmente utilizada em anestesias locais de pele, inclusive em endoscopias, na forma de spray. "Ela bloqueia a transmissão do impulso doloroso pelo nervo. A pessoa tem o estímulo, mas não o sente", explica o presidente da Sociedade Paranaense de Anestesiologia, Pedro Paulo Tanaka.

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Na sexta-feira, no hospital de Itagibá, sul da Bahia, três pessoas morreram e outras 12 passaram mal após receber o medicamento, utilizado em exames de endoscopia. As 15 pessoas apresentaram dores de cabeça e tonturas uma hora depois de ingerir o anestésico. "Uma concentração maior do que a normal, que é de 10%, pode levar à crise convulsiva e à arritmia cardíaca, causando a morte do paciente", informa o presidente regional da Associação Brasileira de Endoscopia Digestiva, Júlio Lobo.

O médico conta que o anestésico é muito usado nestes exames, pois inibe náuseas. "Somente em Curitiba, são realizadas cerca de 100 mil endoscopias por ano e nunca aconteceu qualquer problema", conta Lobo. Além de Paraná e Bahia, receberam o medicamento investigado Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pernambuco, Rio Grande do Sul, São Paulo e Tocantins. A determinação da Anvisa não compromete a realização de exames de endoscopia desde que a lidocaína utilizada não seja da empresa interditada. "Não se deve generalizar o problema. O medicamento suspeito é apenas o fabricado pela Medicminas", diz Tanaka, lembrando que a lidocaína distribuída por outros laboratórios não apresentou qualquer problema até o momento.

A reportagem da Gazeta do Povo não conseguiu localizar os diretores do laboratório mineiro para comentar o assunto.

Características

O que é a lidocaína

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É um sal que possui o nome científico de cloridrato de lidocaína, conhecido popularmente como xilocaína. Sua função é anestésica. Utilizada por médicos de diversas especialidades, a lidocaína apresenta-se em solução líquida, gel e spray.

Em que situações ela é utilizada

Em anestesias locais de pele, inclusive em endoscopias, na forma de spray. Pode ser utilizada também em cesarianas, como anestesia peridural ou raquidiana e em cirurgias odontológicas, na forma líquida.

Como age a lidocaína

Ela bloqueia a transmissão do impulso doloroso pelo nervo. A pessoa tem o estímulo mas não o sente. A duração do medicamento depende da solução utilizada, mas varia de 20 minutos – quando spray – a 4 horas, quando líquida e injetada na veia.

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Problemas que podem ser causados

A super dosagem da lidocaína pode levar à crise convulsiva e à arritmia cardíaca, podendo causar a morte do paciente.

* Fonte: Sociedade Paranaense de Anestesiologia.