A taxa de homicídios no Paraná cresceu 70% de 1997 a 2007, elevando o estado da 14ª para a 9ª posição entre os com maiores índices. Os dados são do estudo Mapa da Violência 2010 Anatomia dos Homicídios no Brasil divulgado nesta terça-feira (30), pelo sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, do Instituto Sangari. O Paraná seguiu a tendência contrária da taxa nacional, que registrou queda de 0,7 nos assassinatos na década. Segundo o estudo, o número de homicídios no Paraná passou de 17,3 por 100 mil habitantes em 1997 para 29,6 em 2007. O índice nacional passou de 25,4 para 25,2 na década considerada. Mesmo com a queda, o número total de assassinatos ainda impressiona. Em 2007 aconteceram 47,7 mil homicídios no país, o que representa 131 vítimas diárias.
No Paraná, o número vem crescendo gradativamente desde 1997. Só em 2007 foram assassinada 3.112 pessoas, média de oito homicídios por dia. Na década analisada morreram por homicídio aproximadamente 25,5 mil pessoas no estado, em todo Brasil foram 512 mil assassinatos.
A pesquisa se baseia em dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde. Interior
A taxa de homicídios no interior do país cresceu de 13,5 (a cada 100 mil) em 1997 para 18,5 em 2007. De acordo com o estudo, os dados indicam o fenômeno da "interiorização da violência", que começou na virada do século, e consiste no deslocamento dos polos dinâmicos da violência das capitais e regiões metropolitanas para o interior.
Além disso, o estudo mostrou que desde 1980 a violência continua crescendo entre os jovens brasileiros. Se a cada 100 mil jovens (entre 15 e 24 anos) 30 deles morriam por homicídio em 1980, o número saltou para 50,1 em 2007.
"Assim, pode-se afirmar que a história recente da violência que resulta em homicídio, no Brasil, é a história do crescimento dessa violência entre jovens. Uma não terá solução sem a outra", afirma Waiselfisz no estudo, segundo o qual 512,2 mil pessoas morreram no Brasil vítimas de homicídio entre 1997 e 2007.
De acordo com o Mapa da Violência, em mais de 90% desses casos de homicídio as vítimas eram homens e os mais atingidos período foram os negros: se em 2002 morriam 46% mais negros do que brancos, em 2007 a proporção cresceu para 108%.
A Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) do Paraná questionou a metodologia utilizada na pesquisa, alegando que os dados fornecidos pelas cidades através do sistema do Ministério da Saúde não refletem a realidade. "O próprio Ministério da Justiça acredita que para haver a comparação através de ranking é preciso criar um banco de dados CRIMINAL (sic) único em todos os estados para que só a partir deste momento seja estabelecido um ranking da criminalidade", informou a secretaria em nota.
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