Sesp contesta dados
Em nota, a Secretaria de Estado da Segurança Pública do Paraná (Sesp) contestou a metodologia empregada para a elaboração do Mapa da Violência. A secretaria afirma que, para que seja elaborado um ranking nacional da criminalidade, o próprio Ministério da Justiça sugere a criação de "um banco de dados criminal único em todos os estados".
Violência migra para o interior
Embora grandes cidades e regiões metropolitanas tenham apresentado uma queda nos índices de homicídios 19,8% e 25%, respectivamente, conforme estudo , no interior dos estados a situação é diferente. No período houve um aumento de 37,1% dos indicadores.
Jovem, negro e pobre são as maiores vítimas
Homens com idade entre 15 e 24 anos, negros e pobres são as maiores vítimas de violência no Brasil. A conclusão consta no estudo Mapa da Violência. As informações são da Agência Brasil.
Foz do Iguaçu - O aumento da criminalidade no Paraná levou o estado a subir cinco posições no novo ranking da violência nacional. A edição de 2008 do Mapa da Violência mostrava o estado na 14.ª posição do país, com um índice de 17,3 homicídios para cada grupo de 100 mil pessoas. A edição deste ano, divulgada ontem, colocou o Paraná em 9.º lugar, com 29,6 homicídios/100 mil habitantes. Os dados se referem a um período de cinco anos, entre 2003 e 2007.
O estudo, produzido pelo Instituto Sangari com base em dados do Ministério da Saúde, traz outras más notícias sobre o Paraná. O estado é o único a ter três cidades na lista das 10 mais violentas do país: Nova Tebas (Centro-Oeste), Guaíra (Oeste), e Tunas do Paraná (na região metropolitana de Curitiba) aparecem na relação. Entre as 100 primeiras, são 10 paranaenses. Foz do Iguaçu (Oeste) continua, pela terceira vez seguida, em primeiro lugar no ranking de assassinatos de jovens no país.
Na contramão da média nacional, o Paraná registrou um aumento na taxa de homicídios. Em uma década, o número de pessoas assassinadas quase dobrou, saltando de 1.586 mortes, em 1997, para 3.112, em 2007, média de oito por dia.
Jovens
O Paraná aparece em destaque ainda na relação de cidades com mais vítimas entre jovens com idade entre 15 e 24 anos. Foz do Iguaçu, no Oeste do estado, aparece há três anos como a campeã nacional com média de 227,1 homicídios para cada 100 mil habitantes nessa faixa etária. Guaíra, também no Oeste, surge na quarta colocação de assassinatos contra jovens, com índice de 195,5 mortes para cada 100 mil habitantes.
"A história recente da violência que resulta em homicídio, no Brasil, é a história do crescimento dessa violência entre jovens. Uma não terá solução sem a outra", afirma o sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, do Instituto Sangari. Na fronteira com o Paraguai, em especial nos municípios que margeiam o Lago de Itaipu e a BR-277, os assassinatos juvenis estão diretamente ligados ao envolvimento com o contrabando e o tráfico de drogas.
O Paraná também segue a tendência nacional de aumento da violência nas cidades do interior. Dados colhidos em delegacias de Homicídios e Institutos Médicos-Legais (IMLs) das principais cidades do estado mostram que o número de assassinatos tem crescido nos últimos anos. A exceção é Foz do Iguaçu onde, apesar de os números continuarem altos, houve redução no último ano. No ano passado, o número de homicídios em Curitiba cresceu 15% em relação a 2008. Em Ponta Grossa, o aumento foi de 28,5%, o maior do estado. Comparada a 2007, a diferença chega a 68,7%.
Guaíra
Em Guaíra, que vem aparecendo seguidamente em rankings de violência e até em relatórios internacionais de segurança, a violência está relacionada ao contrabando e tráfico de drogas na fronteira com o Paraguai. Apesar do alto índice de homicídios, o delegado da Polícia Civil na cidade, José Carlos Guglielmetti, afirma que as mortes violentas têm caído na cidade. Nesse ano, a cidade teve 14 homicídios. Desses, explica o delegado, 10 já foram solucionados e os outros quatro têm indicativo de autoria (quando a polícia tem um suspeito que permite uma linha de investigação). Esse resultado, segundo o delegado, deve-se ao reforço que a delegacia recebeu no ano passado. "Recebemos três investigadores a mais que se formaram na Escola de Polícia, totalizando agora oito investigadores", argumenta o delegado.
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