Paraná tem a menor distribuição de renda do Sul e Sudeste

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A distribuição da renda entre as pessoas em idade ativa no Paraná piorou de 2006 para 2007. Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) 2007, divulgada nesta quinta-feira (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que o estado tem a maior concentração de riqueza das regiões Sul e Sudeste. Os piores índices do país foram registrados no Distrito Federal, seguido de estados do Nordeste.

O índice que mede o grau de desigualdade existente na distribuição da renda, chamado de Gini, varia entre 0 (quando não há desigualdade) e 1. No ranking nacional o Paraná é o nono colocado, tendo registrado 0,533 no ano passado. Em 2006, o estado obteve Gini de 0,524 e estava em 19º lugar, bem mais abaixo na tabela, o que indica que houve um aumento na concentração de renda no período.

Para o economista José Guilherme Silva Vieira, professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e da Universidade Positivo (UP), o Gini mostra uma realidade que outros indicadores, como o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), acaba não revelando, que é a desigualdade social. "Pode-se dizer que existem vários ‘Paranás’ dentro do mesmo estado. Alguns pólos concentrando a riqueza, enquanto outras regiões são muito pobres", afirma Vieira.

O professor explica que o IDH do estado é alto, comparável a de países ricos. O bom número, porém, é impulsionado pelo desenvolvido de regiões como Curitiba e Londrina. "Em algumas localidades do estado o índice de desenvolvimento é comparável a do Nordeste", disse. Segundo Vieira, a renda média do Paraná é elevada, mas muito mal distribuída, o que comprava o Gini.

Uma das razões da concentração da riqueza é ligada a herança histórica da colonização do estado, na qual houve predomínio das grandes propriedades de Café, explica o economista. A solução do problema, para ele, seria aplicação de políticas públicas em duas frentes: incentivos para cooperativas e criação de novas oportunidades de renda; e qualificação profissional e aumento da escolaridade da população. "São medidas que devem ser aplicadas em conjunto para terem alguns resultados imediatos e depois reflexos a longo prazo", explica.

Brasil

O estado de Santa Catarina apresenta a melhor distribuição da riqueza no país, com Gini de 0, 470. Os piores índices foram registrados Distrito Federal (0,604), Piauí (0,599), Paraíba (0,582), Alagoas (0,569), e Acre (0,569). A média nacional ficou em 0,534 e vem apresentando queda desde 2004, quando marcou 0,547.

Em 2005, o índice de Gini foi de 0,543, e em 2006, de 0,540. No ano passado, a Pnad apurou índice de Gini de 0,528. O resultado obtido em 2007 pelo Paraná coloca o estado dentro da média nacional.

Entre os estado do Norte vem se observando uma queda na desigualdade. Em 2004 o Gini da região foi 0,525 e atingiu 0,507 no ano passado. O melhor resultado foi dos estados nordestinos. O índice era 0,571 em 2004 e caiu para 0,540 em 2007, revelando uma melhora na distribuição da renda.