• Carregando...
Caminhoneiros bloquearam a PR-151, em Carambeí, na tarde desta quarta-feira (3). Porém, a forte neblina obrigou os manifestantes a encerrar o protesto mais cedo | Josué Teixeira/Gazeta do Povo
Caminhoneiros bloquearam a PR-151, em Carambeí, na tarde desta quarta-feira (3). Porém, a forte neblina obrigou os manifestantes a encerrar o protesto mais cedo| Foto: Josué Teixeira/Gazeta do Povo

Ao menos 7 estados têm rodovias bloqueadas por caminhoneiros nesta 4ª

Os bloqueios ocorrem na Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Os motoristas permitem a passagem apenas de ônibus e carros. Todos os caminhões são obrigados a parar.

Leia a matéria completa

A quarta-feira (3) foi marcada por mais um dia de protestos nas estradas do Paraná. Ao todo, seis rodovias registraram pontos de bloqueio no estado. Em quatro delas - PR-280, PR-182, PR-151 e PR-471 -, os bloqueios foram motivados por protestos de caminhoneiros, que promovem manifestações desde o dia 1º motivadas pelos altos preços dos pedágios e dos impostos sobre o óleo diesel e peças. Eles também exigem flexibilização da jornada de trabalho dos profissionais.

Em outros dois pontos - PR-092 e PR-442 -, foram os moradores de municípios próximos às rodovias que bloquearam a passagem de veículos para reivindicar melhorias nas cidades.

Veja mais fotos do protesto em Carambeí

Uma das situações mais críticas aconteceu na região de Carambeí, nos Campos Gerais. Um forte nevoeiro antecipou o fim do protesto de caminhoneiros na rodovia PR-151. Com a visibilidade prejudicada pelo nevoeiro no final da tarde, os organizadores do protesto optaram por reduzir o período da manifestação para evitar acidentes. O protesto ocorreu entre as 14h25 e as 17h50. A intenção era manter a manifestar por mais uma hora.

O movimento se concentrou em frente a um posto de combustíveis do quilômetro 310. Os caminhões eram parados e obrigados a ficar no acostamento. Somente carros de passeio, ônibus e motocicletas tinham passagem liberada. Segundo a Polícia Rodoviária Estadual, uma fila de cerca de cinco quilômetros se formou em cada sentido da pista, que é dupla. Nenhum dano ou incidente foi registrado.

Se não houver neblina no amanhecer desta quinta-feira (4), os caminhoneiros devem voltar a parar os caminhões a partir das 9 horas, no mesmo trecho. O movimento, segundo o caminhoneiro Fábio Bruno Plaviak, foi organizado por carreteiros de Carambeí.

Situação das rodovias

Até as 20h30 desta quarta-feira, a única pista ainda não liberada era a PR-471, que seguia parcialmente bloqueada (apenas para caminhões). O ponto bloqueado era o quilômetro 223, próximo ao município de Nova Prata do Iguaçu, no Sudoeste. A rodovia estava sendo usado como trecho de desvio dos caminhoneiros que necessitam trafegar pela PR-182.

Localizada na região de Realeza, no Sudoeste do Paraná, a PR-182 estava bloqueada desde terça-feira (2). Outro bloqueio desfeito na tarde desta quarta foi no quilômetro 178 da PR-280, em Clevelândia, na mesma região.

Bloqueios paralelos

Duas rodovias foram bloqueadas não por caminhoneiros, mas por moradores exigindo melhorias em suas cidades. Por volta das 11 horas, a PR-092 interditada na altura do distrito de Monte Real, em Santo Antônio da Platina, no Norte Pioneiro do Paraná. Com paus, pedras e pneus, que depois foram incendiados, cerca de 200 moradores manifestantes fecharam a rodovia para exigir obras de infraestrutura no distrito e mais atenção do setor público para serviços e programas sociais.

A rodovia é uma das principais estradas que cortam o Norte Pioneiro. Alternativa para quem quer fugir do pedágio da rodovia BR-369, em Jacarezinho, na divisa com São Paulo, a rodovia tem tráfego pesado intenso. Segundo a PRE, a estrada já foi liberada.

Manifestantes também bloquearam desde as 5h15 da manhã o quilômetro 38 da PR-442, em Uraí, no Norte do Paraná. Eles exigiam saneamento básico no município. O protesto segui pacificamente e a estrada foi também liberada no final da tarde desta quarta-feira.

Caminhoneiros

A paralisação nacional, deflagrada há dois dias pelos caminhoneiros, termina oficialmente só às 6 horas desta quinta-feira (4) e, portanto, não há como prever se as demais rodovias do estado permanecerão sem bloqueios. Na terça-feira, quatro interdições foram realizadas no estado.

Segundo o representante do Movimento União Brasil Caminhoneiro (MUBC) no Paraná, Neuri Tigrão, a manifestação da classe foi motivada principalmente pelos altos preços dos pedágios nas rodovias do país, pela cobrança do pedágio em cima de eixos do veículo que não estão sendo usados, e, entre demais pontos, pelos altos impostos do óleo diesel e das peças utilizadas para a manutenção dos caminhões. Eles também exigem flexibilização da jornada de trabalho dos profissionais.

Representantes dos caminhoneiros estão em Brasília para discutir junto ao governo as principais exigências da classe. Na terça-feira, uma reunião já foi realizada com o Ministério dos Transportes, mas, de acordo com Tigrão, não houve avanços.

"Nós queremos ajudar o caminhoneiro, sua família, colocar a vida desses trabalhadores em primeiro lugar, mas não é chegar aqui e dizer que a gente vai baixar o pedágio, por exemplo. Mas sei que nossas propostas podem alcançar algumas vantagens ao longo do tempo".

Governo

Na terça-feira, segundo dia dos protestos dos caminhoneiros, ao menos 25 rodovias foram bloqueadas em dez estados: São Paulo, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia e Santa Catarina.

O ministro dos Transportes, César Borges, afirmou na terça-feira que as reivindicações de caminhoneiros, que desde ontem paralisaram estradas de dez estados, são "impossíveis de serem atendidas".

Ele afirmou, após reunião no Palácio do Planalto, que os bloqueios, frutos de um "movimento pequeno", são motivados por "interesses de ocasião". Não descartou também que poderá pedir para usar força policial para liberar estradas.

Os manifestantes reivindicam soluções para questões nacionais da categoria, entre elas, o subsídio no preço do óleo diesel, isenção do pagamento de pedágios para caminhões e criação da secretaria do Transporte Rodoviário de Cargas.

Borges diz que o óleo diesel já é subsidiado e não se pode contrariar contratos existentes de pedágio. "Estamos vendo agora um movimento pequeno se aproveitar do que está passando o país para interditar as rodovias federais impedindo inclusive o sagrado de ir e vir da população brasileira e principalmente dos caminhoneiros", disse o ministro. Ele disse que a Polícia Rodoviária Federal poderá atuar para remover os veículos que bloqueiam estradas.

Veja fotos do protesto dos caminhoneiros

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]