Interior
Recordes de temperatura também são batidos nas regiões Norte e Noroeste
Fábio Calsavara, do Jornal de Londrina, e Marcus Ayres, da Gazeta Maringá
As cidades do norte paranaense também registraram ontem o dia mais quente do ano. A temperatura máxima registrada, segundo o Instituto Simepar, foi de 36,4°C em Londrina e 37,1°C em Maringá. Os termômetros vêm passando da casa dos 30°C desde 1º de setembro.
E o calor ainda deve aumentar, como explica o meteorologista Reinaldo Kneib. "Londrina tem uma característica diferente. As maiores temperaturas do ano são registradas no início da primavera. Além disso, o dia que antecede a chegada de uma frente fria sempre é o mais quente do período. Como tem uma frente fria chegando amanhã, é bem provável que hoje a máxima seja renovada", disse.
Segundo Kneib, a condição de tempo seco deve se manter ainda hoje. "Na quarta-feira o dia vai começar com altas temperaturas associadas a uma alta umidade. A sensação de abafamento pode aumentar, trazendo um pouco de desconforto", explicou. Pancadas de chuvas esparsas devem cair em Londrina durante a tarde e o início da noite.
Após Maringá registrar ontem o dia mais quente dos últimos 13 anos, o Simepar prevê chuva já a partir da noite de hoje. A chuva deve ocorrer pelo menos até a próxima sexta-feira, quando a temperatura oscila entre 15°C e 24°C.
Baixa umidade
O tempo seco e as altas temperaturas registradas ao longo do inverno deixam a umidade relativa do ar abaixo dos 60%, recomendado pela Organização Mundial da Saúde. Ontem, Curitiba registrou no início da tarde umidade do ar abaixo dos 40%. Campo Mourão registrou 25%, e Paranavaí, 12%. As informações são do Simepar. A orientação é para que as pessoas tomem muita água, umidifiquem os ambientes e evitem exposição excessiva ao sol.
O inverno foi completamente fora dos padrões aos quais o paranaense está acostumado. Segundo o Instituto Tecnológico Simepar, este foi o inverno mais quente da última década com temperaturas batendo com frequência na casa dos 30ºC em grande parte das cidades. Ontem, em Curitiba o termômetro alcançou os 31ºC no início da tarde. Campo Mourão, no Noroeste, registrou 36ºC. Antonina, no Litoral do estado, registrou a maior temperatura desde 1999, quando o Simepar começou a operar na cidade: 42,1ºC por volta das 14 horas.
O tempo seco e as elevadas temperaturas foram características constantes no inverno do Paraná. A tendência é que a primavera, que começa no próximo sábado, inicie com as mesmas características. "O inverno este ano foi atípico. Mas a previsão é de que com o decorrer da nova estação exista um regime de chuvas mais frequente, que é próprio da primavera", afirma o meteorologista do Simepar, Tarcísio Valentim da Costa.
De acordo com ele, o inverno foi mais quente em virtude de bloqueios atmosféricos que impediram a entrada de massas de ar geladas no estado. "Por isso a média de temperaturas foi alta em várias partes do estado", diz Costa.
Florada antecipada
A chegada antecipada do calor interferiu na florada de algumas espécies de árvores no Paraná, como os ipês e cerejeira do Japão. Segundo o engenheiro florestal do Horto Municipal Barreirinha de Curitiba, Jaime Luiz Cobalchini, é normal que algumas árvores já tenham florido mesmo antes do começo oficial da primavera. "As árvores não respeitam o calendário do homem. Elas obedecem o calendário delas", brinca o engenheiro. "O calor antecipou a manifestação da parte fisiológica das plantas", diz.
No entanto, ele espera que a nova estação traga chuvas mais frequentes. "Primavera é período da brotação das plantas e das flores. Para isso, é propício que existam temperaturas altas acompanhadas de um regime de chuvas", explica.
Ele cita entre as espécies mais comuns no estado durante a primavera os ipês, cerejeiras, jacarandá-mimoso, dedalheiro, pau-ferro e acácias.
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