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Índice ainda é desconhecido por educadores
A proposta de criar metas próprias para a aferição do Ideb no Paraná é lançada em meio a uma realidade escolar na qual o índice ainda é amplamente desconhecido. Uma pesquisa do Ibope com a Fundação Victor Civita, divulgada em junho, mostrou que 47% dos coordenadores pedagógicos de escolas não sabem o que significa o número.
Mozart Ramos, do Todos pela Educação, afirma que a iniciativa de explicar e discutir o Ideb vai ao encontro do que propõe a ONG. "O índice tem de sair da mesa do secretário de Educação e chegar até as famílias", relaciona.
Em artigo publicado na revista Veja, o economista e especialista em Educação Gustavo Ioschpe defendeu que a nota no Ideb seja afixada na entrada das escolas públicas do Brasil. A ideia ganhou repercussão e deu origem a dois projetos de lei na Câmara Federal que tramitam na comissão de educação da casa. Além disso, uma lei municipal sobre o mesmo assunto foi aprovada em Teresina, no Piauí, e uma medida similar tramita na Assembleia Legislativa daquele estado. A Assembleia paulista também discute o assunto. (OT)
Curitiba implanta política de olho no Ideb
Em Curitiba, as políticas de educação foram redirecionadas para dar ênfase aos critérios que formam a nota do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica. A conclusão consta da dissertação de mestrado do educador Douglas Danilo Dittrich, professor da rede municipal de ensino da capital paranaense.
O governo do Paraná pretende adotar metas próprias para o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que mede a qualidade da educação no Brasil. A diretriz consta do Plano de Metas para o segundo semestre de 2011, desenvolvido pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná (Seed). De acordo com o documento, as escolas reunirão a comunidade para explicar o funcionamento do Ideb e os fatores que formam a nota da instituição. Em seguida, pais, alunos e profissionais do ensino definirão uma estimativa de crescimento dessa nota para os próximos exames.
Um dos objetivos da meta própria é acelerar a evolução do índice acima das estimativas de crescimento definidas pelo governo federal. Após o primeiro cálculo do Ideb, em 2007, a União passou a adotar metas de crescimento específicas para cada escola, variando conforme o desempenho prévio nas avaliações. A expectativa é de que, até 2021, todas as instituições de ensino do Brasil atinjam a nota 6 nível considerado de país desenvolvido. Na última avaliação, feita em 2009 (o índice é bianual), Paraná e Curitiba conseguiram superar a meta (ver gráfico nesta página).
Entretanto, a proposta de metas próprias divide os especialistas em educação. Ao mesmo tempo em que o Ideb é reconhecido como um importante diagnóstico sobre os problemas na educação, existe o temor de que definir a melhoria do índice como objetivo final possa distorcer as ações para melhorá-lo algo que já tende a ocorrer com as metas do governo. "O Ideb tem limites e não é o único indicador de qualidade. Deve ser usado para mostrar de que maneira o trabalho na escola pode render mais", defende Mozart Neves Ramos, conselheiro do Movimento Todos pela Educação.
Para o mestre em Educação Douglas Danilo Dittrich, professor da rede municipal de ensino de Curitiba, a adoção de uma meta própria e maior que a estipulada pelo governo é "reinventar a roda sem ter um novo veículo para utilizá-la". "A meta federal não saiu do nada. Foi calculada a partir do perfil de cada instituição", lembra. "Os profissionais da área estão muito vislumbrados com os índices, até porque é um recurso novo no Brasil. Mas a essência do Ideb não é a nota ou a meta, e sim as possibilidades de visualizar problemas no ensino", define.
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