Maringá
UEM prevê 45 novos cursos de stricto sensu até 2016
Gesli Franco
O plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) da Universidade Estadual de Maringá (UEM), no Noroeste, prevê a criação de 33 novos mestrados, 12 doutorados e 23 cursos de graduação até 2016. As diretrizes passaram no ano passado pelo Conselho de Desenvolvimento Institucional.
Atualmente, a instituição oferece 42 mestrados, 22 doutorados e 66 cursos de graduação, para um total de 24.301 alunos. O novo reitor da UEM, Mauro Baesso, que tomou posse em outubro, sinaliza que a verticalização da instituição faz parte de seus planos, mas que a prioridade é consolidar desafios mais urgentes, como a contratação de professores para cursos já existentes, a finalização de obras e a melhoria na estrutura dos blocos. "Para avançar, a UEM precisa vencer etapas de necessidades básicas, mas isso não quer dizer que não vamos lutar para criar novos cursos e ampliar as pós-graduações", reitera.
O crescimento acentuado do número de cursos de pós-graduação stricto sensu nas universidades estaduais do Paraná revela um processo de verticalização do ensino superior nos últimos cinco anos. Até 2009, as universidades paranaenses ofertavam 87 cursos de mestrado e 33 de doutorado. Entre 2010 e 2014 foram criados mais 68 mestrados e 25 doutorados um aumento médio de 77,5% na quantidade de cursos ofertados.
INFOGRÁFICO: Confira quantos cursos foram criados nos últimos cinco anos
Esse processo de verticalização, além de ampliar o número de pós-graduações, tem como objetivos incentivar as pesquisas, impulsionar o desenvolvimento regional e aprimorar o aperfeiçoamento profissional dos estudantes.
A Universidade Estadual de Londrina (UEL) e a Universidade Estadual de Maringá (UEM) foram as instituições que mais registraram a abertura de novos cursos. Desde 2010, a UEM abriu mais 15 cursos de mestrado e 10 doutorados. Já a UEL somou 16 novos cursos de pós-graduação.
O titular da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), João Carlos Gomes, afirma que com um maior número de cursos de pós-graduação no interior do Paraná a tendência é que os estudantes se fixem em suas regiões. "Além de novas descobertas tecnológicas, os profissionais se tornam mais capacitados, dando um retorno de melhorias profissionais para as diferentes regiões do Paraná." Segundo Gomes, com um total de 155 mestrados e 58 doutorados as universidades estaduais ainda possuem o diferencial de ofertar esses cursos em várias cidades do interior do Paraná.
Segundo o diretor de Pós-Graduação da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Adriel Ferreira da Fonseca, a política de verticalização do ensino superior incide em benefícios diretos para a comunidade regional. Ele relata, por exemplo, que as empresas e indústrias podem se beneficiar com o desenvolvimento de novas pesquisas. "Muitos doutores acabam sendo contratados por empresas. Com o desenvolvimento de inovação, a tendência é que ocorra a transferência de tecnologia, impactando o setor industrial", afirma. Além disso, ele ressalta que os cursos de mestrado atuam em diferentes áreas de humanas a tecnológicas. "Isso faz com que toda a sociedade possa sentir esse impacto positivo, já que abordam a parte social também."
Um dos exemplos citados por Fonseca é que professores da rede básica de ensino buscam se aperfeiçoar em cursos de pós-graduação. "Isso trará um resultado direto na melhoria do ensino básico", salienta.
Para especialista, pós-graduação ajuda a formar pesquisadores
Para o doutor em Educação Ocimar Alavarse, professor da Universidade de São Paulo (USP), os cursos de pós-graduação servem, principalmente, para a formação de pesquisadores acadêmicos. Isso significa, segundo ele, que quem se torna pós-graduado se especializa e aprofunda a discussão de um tema mais específico. No entanto, não se pode afirmar que não trará benefícios profissionais e também para a comunidade na qual o curso está inserido.
"Mas isso varia conforme cada curso de pós-graduação e seu programa", pondera. Alavarse explica que os profissionais que se tornam mestres ou doutores poderão utilizar o conhecimento dos cursos em seus ramos profissionais. "Isso, às vezes, não acontece de maneira direta. Quem é professor da rede básica, por exemplo, aprenderá outros assuntos e também aprimorará a questão de pesquisa e investigação, o que deve melhorar seu desempenho em sala de aula", afirma o professor, que já atuou na rede básica de ensino em São Paulo.
O problema, segundo ele, é que tanto a rede pública de ensino quanto as empresas deveriam ter programas para aproveitar melhor o conhecimento dos profissionais pós-graduados. "Muitas vezes esses profissionais não encontram espaço para colocar em prática o que aprenderam durante os cursos. Isso deveria ser melhor equacionado", diz Alavarse.
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