Nove países da América Latina, incluindo Argentina, Paraguai e Uruguai, vão seguir as jogadas de um paranaense campeão de xadrez. Eles assinaram em março um protocolo de intenções para implantar o projeto "Xadrez nas Escolas", criado e coordenado pelo engenheiro civil Jaime Sunye Neto, vice-presidente da Associação Comercial do Paraná e Grande Mestre Internacional do esporte. O objetivo é copiar um modelo que vem sendo desenvolvido desde 2004 em cerca de 1,5 mil escolas de 25 estados.
"No Brasil, por uma questão cultural, o xadrez era um jogo de elite, enquanto em muitos países é um esporte popular", diz Sunye. Hoje, com o projeto nacional, cerca de 400 mil crianças aprendem o jogo. A meta principal é social: oferecer uma alternativa de lazer sem altos custos para os colégios. Para cada aluno que participa do programa, o governo federal gasta cerca de R$ 5 por ano, com capacitação e salário dos professores e a compra de material. "Funciona bem principalmente em pequenas escolas e no interior, onde os estudantes não têm outras opções. Hoje, quem andar pela Vila Zumbi, em Colombo, vai encontrar jovens jogando xadrez", diz o coordenador do projeto.
Freqüentador do clube de xadrez da Biblioteca Pública do Paraná, Sunye se profissionalizou no xadrez e conheceu o mundo participando de competições. Com o trabalho na Fundepar, órgão ligado à Secretaria de Estado da Educação, o engenheiro elaborou um projeto que vem sendo aplicado desde 1980 nas escolas do estado. "Aqui também utilizamos o xadrez como ferramenta de ensino", diz. A dificuldade maior, segundo o paranaense, é a capacitação dos professores. Em Sergipe, por exemplo, dos 52 professores que se dispuseram a participar do projeto, apenas dois já sabiam alguma coisa sobre o esporte.
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