Cascavel Joaquim Borges Ribeiro, ex-presidente do Diretório Municipal do PT de Cascavel e um dos organizadores do Movimento de Libertação dos Sem-Terra (MLST) na região, está sendo acusado de ter planejado toda a invasão ao prédio da Câmara dos Deputados, em Brasília, terça-feira. Ele foi destaque dos noticiários de televisão detalhando o plano de ocupação em uma gravação apreendida na quarta-feira. Ribeiro já foi militante do MST e coordenador do orçamento participativo durante a gestão do ex-prefeito de Cascavel Edgar Bueno (2001-2004).
Além dele, outros 26 integrantes do MLST do Paraná foram a Brasília na terça, conta Leopoldo Ribeiro, coordenador do movimento no Paraná. Entre eles estava Arildo Joel da Silva, de Lindoeste, acusado de agredir com uma pedrada um funcionário da Câmara, que foi internado com traumatismo craniano. "Ele foi como voluntário para fazer as reivindicações. Conheço o Arildo e estou surpreso com as acusações contra ele porque é um rapaz tranqüilo", afirmou Ribeiro.
A família de Arildo acampada num dos primeiros assentamentos feitos pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no Paraná recusa-se a acreditar que ele tenha cometido o ato. O rapaz também nega a agressão.
Arildo mora com os pais e outros três irmãos em uma casa de madeira levantada no terreno de 5 alqueires. O pai, Aldo, é agricultor e também trabalha com transporte escolar, enquanto a mãe, Salete, dá aulas em uma escola pública no próprio assentamento. O irmão mais velho foi eleito para o Conselho Tutelar, mas acabou não assumindo em razão dos estudos.
Como o irmão, Arildo fazia Educação Física no Centro Universitário Diocesano do Sudoeste do Paraná, em Palmas, no Sul do Paraná. Fez vestibular em julho do ano passado, mas cursou apenas o primeiro período. Ele sofreu um acidente de moto e teve três fraturas. Segundo o pai, ele também precisou abandonar o emprego que garantia os estudos, em razão do acidente.