A busca por desaparecidos no desmoronamento de três prédios no centro do Rio de Janeiro mantém as esperanças de que ainda haja sobreviventes sob os escombros. Em frente à Câmara dos Vereadores, na Cinelândia, a poucos metros do local do acidente, chegam a todo momento parentes e amigos de pessoas que trabalhavam nos edifícios e que ainda não foram localizadas.
A diarista Francisca Eunice Vieira buscava informações da prima, Margarida Vieira Carvalho, que trabalhava como costureira e morava no último andar de um dos edifícios que ruiram. "A família está à base de calmantes, mas a esperança é a última que morre."
Afonso da Costa Menezes procurava a irmã, Kelly, que trabalhava em um dos prédios como técnica de segurança. "Me ligaram ontem (25) e disseram que havia acontecido um acidente no edifício onde ela trabalhava. Aí eu tentei telefonar para ela, mas não tive resposta. A nossa esperança vai até o final."
O secretário municipal de Conservação e Serviços Públicos, Carlos Roberto Osório, acompanhava de perto os trabalhos de escavação na montanha de entulho. Segundo ele, a prioridade é a busca por eventuais sobreviventes e o resgate de corpos. "Estamos com várias equipes apoiando o Corpo de Bombeiros. Neste momento existe a esperança de se encontrar vítimas com vida. O trabalho é lento, feito com cuidado."
Mesmo quem não perdeu conhecidos ou parentes, estava desconsolado, como o empresário Renan Magalhães Pimentel, que tinha uma livraria especializada em concursos públicos que funcionava havia oito anos no local. "A vida segue. Não nasci dono de livraria, nem com as roupas que tenho no corpo", resignou-se.