Goiânia Familiares das vítimas do vôo 1907 da Gol, que caiu no fim de setembro em Mato Grosso, transformaram uma missa em homenagem aos 154 mortos no acidente em ato de protesto contra a Aeronáutica. "Nós exigimos respeito por parte da Aeronáutica", disse Janice Honorato Campos, cuja filha, a médica Rosana Karine, e o neto Pedro, de 4 anos, morreram no maior acidente aéreo do país.
Janice Honorato é uma das líderes da Associação das Famílias e Amigos das Vítimas do Vôo 1907, em Goiás. Segundo ela, o grupo está decidido a garantir o que considera fundamental: acesso às informações sobre o acidente e a participação de representante das famílias nos grupos de investigação.
"Entre nós há muitas revoltas", disse Janice. "No momento, não queremos indenizações financeiras e sim respostas objetivas ao que denominamos injustiça e impunidade", disse, ao divulgar uma nota oficial da Associação.
"Continuamos, após quatro meses, sem a verdade sobre a tragédia que nos tirou do convívio pessoas que tanto amamos", diz o texto da nota assinada pelos líderes da Associação. "Quantas coisas mal esclarecidas! Quanta mentira estamos tendo que engolir!"
Sobre o acidente, eles consideram que os controladores do vôo são os suspeitos errados: "Controlador não derruba avião", afirmaram na nota, a ser distribuída após a missa na Reitoria Nossa Senhora das Graças, uma antiga igreja do Centro de Goiânia. "Ficou evidente, com a divulgação do diálogo registrado na caixa preta do Legacy, que a conduta dos pilotos foi de negligência", disseram no documento. "Tivemos ainda a dor e a revolta de assistir aos culpados pela morte de nossos entes serem tratados como hóspedes de luxo, no Brasil, e como heróis, nos EUA, com direito a tapete vermelho e banda de música."
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