O empresário Luiz Antônio Vedoin, em depoimento à Polícia Federal, revelou que aproximadamente um terço dos parlamentares envolvidos na máfia dos sanguessugas influenciava diretamente os prefeitos para que comprassem ambulâncias e ônibus superfaturados.
O empresário também relatou que em cerca de 40 casos os envolvidos ajudavam os prefeitos a forjar licitações para que a Planam ou alguma empresa fantasma pertencente ao negócio vencesse o concurso.
Como funcionava
1) Os Vedoin abordavam um parlamentar para que propusesse emendas para a compra dos veículos. Em troca, receberia 10% a 15% do lucro. Uma vez integrante da máfia, o político tentava colegas para integrar o esquema.
2) Em seguida, parlamentares e empresários encontravam prefeituras ou instituições dispostas a aceitar o superfaturamento, e combinavam a fraude na licitação.
3) Parlamentares e outras pessoas influentes no Congresso pressionavam o Ministério da Saúde para liberar a verba. A ex-assessora do Ministério Maria da Penha Lino era uma das pessoas que atuavam para facilitar a liberação dos recursos.
4) Finalizado o processo, os dividendos eram distribuídos entre os que participavam ativamente da fraude. Eles podiam escolher a forma de pagamento, se em dinheiro, cheque ou objetos de valor, e onde seria debitado, em conta pessoal ou de terceiros.