Ouça este conteúdo
Vinte parlamentares ligados à causa LGBT protocolaram, nesta quinta-feira (28), junto ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), uma representação contra o jogador de vôlei Maurício Souza sob acusações infundadas de homofobia. Os signatários pedem que o órgão ajuíze uma ação penal pública para punir o atleta devido “à prática e à incitação do preconceito e da discriminação homotransfóbica”. Em caso de condenação, o atleta poderia ser preso por até três anos.
>> Faça parte do canal de Vida e Cidadania no Telegram
O grupo demanda também a exclusão de postagens feitas por Souza no Instagram por “ferir os limites da liberdade de expressão” e o ajuizamento de uma ação civil pública com o objetivo de condenar Souza ao pagamento de multa de R$ 50 mil por dano moral coletivo. O grupo de parlamentares que assina a representação – que conta com vereadores, deputados estaduais e federais e um senador, de partidos como PT, PSOL e PCdoB – também encaminhou um ofício ao Facebook, empresa proprietária da rede social Instagram, pedindo uma reunião para discutir o discurso de ódio na plataforma.
O alegado crime de Souza foi a publicação de três posts e um vídeo em que ele critica o ativismo LGBT. Em um deles, o atleta questiona o uso da linguagem neutra em novela da Rede Globo; no segundo ele critica o fato de a DC Comics ter caracterizado o atual Super-Homem como bissexual. Em um terceiro, Souza postou uma foto crítica à inclusão de Gabrielle Ludwig na equipe feminina de basquete dos EUA. Ludwig era da Marinha Americana, mudou de sexo e fez cirurgia aos 50 anos, e fisicamente é maior e mais forte que as outras atletas.
Mesmo publicando um vídeo explicando que respeitava a opção sexual de todas as pessoas, militantes da causa LGBT passaram a pressionar empresas patrocinadoras do Minas Tênis Clube, equipe em que o atleta jogava. Os patrocinadores, então, pediram o desligamento de Souza do clube; ele foi demitido nesta quarta-feira (27).
Na data de sua demissão, o jogador foi alvo de pesados ataques por parte do comentarista esportivo Walter Casagrande e do apresentador Felipe Andreoli. Casagrande cravou que Souza era “homofóbico, preconceituoso e, possivelmente, racista”, além de “covarde e mau-caráter”. Sobre essas falas, o jogador publicou em suas redes sociais:
“Ódio do bem! Mais uma vez, eles com o direito de falarem e acharem o que quiserem. Nós com o dever de ouvir e concordar! Seria mesmo pela minha opinião? Grobe tá pesade!”, publicou.
Diante da repercussão do caso, o atleta havia ganhado, até o início da tarde desta sexta-feira, cerca de um milhão de seguidores em seu Instagram.