Ter o trabalho reconhecido por organizações sérias que promovem o bem-estar animal e a preservação de espécies ameaçadas é um dos maiores reconhecimentos que um zoológico pode receber. Uma iniciativa privada paranaense, o Parque das Aves, em Foz do Iguaçu, pode se orgulhar de, juntamente com o Zoológico de São Paulo, ser um representante do Brasil na World Association of Zoos and Aquariums (Waza). Entre os critérios para a aceitação, ocorrida neste mês, estão a excelência em manejo, a existência de boas instalações e a recomendação de dois membros.
De acordo com a bióloga e diretora técnica da instituição, Yara Barros, o parque já recebe visitas de representantes de várias instituições e conta com a assessoria de especialistas de várias partes do mundo, como a Itália e o Chile. Para ela, o local vai ganhar muito com esse reconhecimento. "Isso fará com que a troca de experiências aumente significativamente", diz Yara, assinalando que o parque já faz parte da Associación Latinoamericana de Parques Zoológicos y Acuarios (Alpza) e da Sociedade de Zoológicos do Brasil (SZB).
Amor por papagaios
Criado em 1994 pelo casal Dennis e Anna Croukamp a partir da paixão pelos papagaios, o Parque das Aves vizinho ao Parque Nacional do Iguaçu abrigou inicialmente 81 aves de 34 espécies. Hoje, reúne 860 animais de 138 espécies e recebe cerca de 300 mil visitantes por ano. Somente em 2010, contabilizou 140 nascimentos, sendo 10% de espécies ameaçadas de extinção. Anunciando que seria uma referência em pesquisa e reprodução, logo nos primeiros anos o parque foi agraciado com novos moradores, como araras e periquitos.
Para dar conta do trabalho, 100 funcionários se revezam diariamente nos cuidados diretos com os animais e no trabalho de recepção dos turistas. Empresa totalmente privada, o Parque das Aves recebe todo ano mais de 30 mil crianças e adolescentes, que são envolvidos em projetos de educação ambiental, atua em parceria em projetos do governo e custeia a participação de pesquisadores em encontros e seminários em todo o mundo. Outra atividade importante é a de receber animais apreendidos e recuperá-los.
"Quem nos visita nem sempre tem ideia do quanto se faz por estes animais e pela natureza em geral. A atuação não está restrita aos 16 hectares do parque. Um zoológico não deve ser apenas uma vitrine de bichos", aponta Yara, lembrando que esse tipo de instituição é responsável pelo terceiro lugar em financiamentos de projetos de conservação em todo o mundo. Somente em 2008, segundo pesquisas na área, os zoológicos de todo mundo tiveram mais de 700 milhões de visitantes e US$ 350 milhões investidos em pesquisas e estudos.
Maior da América Latina e único no país construído dentro da mata e com vários recintos de imersão, onde os visitantes podem passear em meio a tucanos, guarás, garças e araras, o parque está sendo remodelado. "Vamos criar mais espaços para passeios e viveiros separados um dos outros", adianta a diretora. Além das pesquisas com os animais o parque abriga também borboletas, cobras e jacarés , a manutenção da flora também é constante. Desde 1994, mais de seis mil árvores foram plantadas no local.
Serviço:
Avenida das Cataratas, Km 17,1. Diariamente das 8h30 às 17h30. Ingressos: R$ 20. Informações e reservas: (45) 3529-8282 ou www.parquedasaves.com.br .