O Parque Nacional do Iguaçu, em Foz do Iguaçu (PR), é considerado um modelo de gestão entre as unidades de conservação no Brasil e oferece serviços de qualidade internacional, garante o chefe do parque, o biólogo Jorge Pegoraro, no cargo há quatro anos.
Segundo ele, a razão é a parceria com a iniciativa privada, uma experiência inédita que começou em 2000. Atualmente, seis concessionários atuam no parque e são responsáveis por diversos serviços, como a recepção ao turista, transporte, restaurante, lanchonete, passeios, ambulatório médico e manutenção de banheiros e trilhas. Funcionário do Ibama há 23 anos, Pegoraro considera a parceria com a iniciativa privada o modelo ideal para tocar um parque nacional. "O poder público não tem condições de fazer isso sozinho".
Esta gestão compartilhada garante ao Parque Nacional do Iguaçu uma situação completamente distinta dos outros 61 parques nacionais, afirma Pegoraro. Ele arrisca dizer que o Iguaçu é o que recebe o maior número de visitantes no Brasil. E arrisca porque a unidade faz o controle da bilheteria com o uso de catracas eletrônicas, enquanto nenhuma outra unidade tem um sistema efetivo para controlar a entrada dos visitantes, o que faz com que os dados disponíveis sejam pouco confiáveis. Em 2005, o parque recebeu 1 milhão de visitantes.
Recursos
Mas o Parque Nacional do Iguaçu também sofre com a falta de recursos.
A arrecadação vai para um caixa único do Tesouro e volta dividida. "Depois da divisão, nós ficamos com apenas 20% dos recursos que arrecadamos".
Em relação à regularização fundiária, ele afirma que no parque só falta resolver o problema das ilhas do Rio Iguaçu.
Para ele, o maior desafio dos parques é manter as áreas íntegras para garantir a conservação, mas os processos de regularização fundiária esbarram na falta de recursos.
Ela deveria ser feita com o dinheiro da compensação ambiental, completa, mas os processos são burocráticos e não saem do papel. (VF)
