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Elas foram formadas há 120 milhões de anos e hoje estão entre os principais destinos naturais do mundo. Distribuídas em dois parques de conservação da natureza, as Cataratas do Iguaçu são o coração da única reserva de mata atlântica remanescente no oeste do Paraná.

A reserva resiste mas não muda a realidade do bioma. A devastação da mata atlântica é o retrato da história do Brasil. Desde o descobrimento, a floresta vem sendo explorada e dizimada. Hoje restam apenas 7% da cobertura original no país.

"A maior parte da população brasileira vive na Mata Atlântica e depende dos seus recursos. Então um trabalho grandioso na Mata Atlântica é preservar o que resta", diz Marcia Hirota, diretora da organização não governamental (ONG) SOS Mata Atlântica.

Caminhando pelas trilhas do Parque Nacional do Iguaçu, as manchas vermelhas, nos troncos das árvores, atestam que o ar está puro. Os parques criados em 1939 no Brasil e em 1937 na Argentina estão muito bem preservados. A questão é o que está ao redor deles. Do lado brasileiro, os vizinhos são extensas plantações de soja e de milho.

"Os agrotóxicos estão presentes dentro da água do parque nacional. Nas cataratas também estão presentes, infelizmente", diz o diretor do Parque Nacional do Iguaçu, Jorge Luiz Pegoraro. Além das áreas de agricultura, o parque tem contato com 14 municípios vizinhos. Os rios das cidades estão contaminados pelo esgoto e atingem a bacia do rio Iguaçu.

As Cataratas e a Mata Atlântica funcionam como um filtro. A poluição que alcança o parque é invisível, mas alguns sinais já aparecem no Rio Iguaçu. O jacaré de papo amarelo, um dos animais do bioma ameaçados de extinção, vai morrer e a garrafa de plástico que aparece ao seu lado vai sobreviver por pelo menos mais 200 anos.

Gavião real

Já a harpia, uma das maiores águias do mundo e conhecida como gavião real, também ameaçada de extinção, é quase uma lenda no local. "É área de ocorrência da espécie. Eu nunca vi. Existem alguns boatos, relatos que possam ter visto", diz Marina Xavier da Silva, bióloga do projeto Carnívoros do Parque do Iguaçu.

O Parque das Aves, um zoológico particular em Foz do Iguaçu, expõe uma harpia que foi recebida do Ibama. "Quando a gente perde os grandes predadores, a floresta inteira sofre com isso", explica Marina.

Perto dali, no zoológico mantido na hidrelétrica de Itaipu, uma jovem harpia de 6 meses, nascida em cativeiro, está crescendo toda branca. Especialista em visão, ela enxerga longe e é a mais vigorosa esperança para a perpetuação da espécie e a preservação da Mata Atlântica.

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