Um verdadeiro museu a céu aberto foi construído em Carambeí, nos Campos Gerais, para comemorar os 100 anos da imigração holandesa no Brasil. Lá, os visitantes podem conhecer uma típica colônia de holandeses do início do século 20, com estação de trem e linha férrea, igreja, chácara com a casa principal e dois paióis, roda dágua com moinho, matadouro e barracão de ordenha.As relações entre Brasil e Holanda iniciaram há mais de quatro séculos, com as expedições do fim do século 16, precursoras da Invasão Holandesa. No entanto, o marco da imigração é o ano de 1911, quando as três primeiras famílias chegaram a Carambeí, na época distrito de Castro, iniciando suas atividades com produção de leite e derivados. Desse negócio também surgiu em 1925 a Batavo, primeira cooperativa de produção do Brasil.
Além do museu, uma extensa programação foi preparada para celebrar o centenário. A festividade começa hoje e vai até segunda-feira, com palestras, shows de stand-up e música, desfile, exibição de documentário sobre a imigração, demonstrações de balonismo e paraquedismo, apresentação de grupos folclóricos, feira de artesanato e até uma meia maratona.
"Tínhamos esse projeto do Parque Histórico de Carambeí há alguns anos e conseguimos terminar para o centenário. Foi a maneira que encontramos para homenagear a coragem dos pioneiros e também agradecer ao Brasil por ter nos acolhido sem nenhum preconceito ou discriminação", afirma Dick de Geus, uma das lideranças da colônia em Carambeí.
Ele relembra que durante o período de desenvolvimento da colônia houve muita dificuldade, mas que a persistência e a capacidade de trabalhar de forma cooperativa deram bons resultados. Emancipada de Castro e Ponta Grossa em 1995, a cidade é uma das mais ricas do estado, com um dos maiores PIBs per capita do Paraná. Em conjunto com outras cidades com marcante presença holandesa, os imigrantes deixaram sua valiosa marca cultural no território brasileiro.