A Penitenciária Estadual de Piraquara e o Centro de Detenção e Ressocialização de Piraquara devem receber parte dos presos da Penitenciária Central do Estado, palco da rebelião dos últimos dias, até que a unidade esteja readequada.
O coordenador geral do Departamento Penitenciário do Paraná (Depen), Cezinando Paredes, afirma que essas "unidades serão sacrificadas pelo menor tempo possível, recebendo entre 100 e 200 presos". As unidades do interior também são cogitadas, mas não há confirmação. "Sobre transferir para presídios do interior, ainda está em fase de estudo. Talvez possamos fazer, mas é necessária uma melhor avaliação", afirma Paredes. Até mesmo o antigo presídio do Ahú, desativado em 2007, foi cogitado.
Após a rebelião, os presidiários da Penitenciária Central do Estado (PCE) devem permanecer no pátio interno (divididos em quatro grupos) até o início desta semana, quando algumas galerias devem ser liberadas para receber entre 500 e 600 presos. Como abrigava 1.578 detentos antes da ocorrência, a transferência para outras unidades é uma necessidade. "Estamos organizando o plano de reocupação da unidade, mas a única certeza até o momento é que serei obrigado a distribuir presos para outros locais", explica Cezinando Paredes, coordenador geral do Departamento Penitenciário do Paraná (Depen).
Depois da inspeção da Polícia Militar durante a madrugada deste sábado (16), foram confirmados cinco mortos e oito feridos. "Estamos levantando os nomes para fazer a divulgação o mais rápido possível. Ainda há muitas famílias aguardando notícias por aqui", diz. O Depen também espera divulgar a estimativa de gastos para recuperar os estragos da rebelião no início desta semana, após a avaliação dos engenheiros.
Transferência
Uma das exigências para encerrar a rebelião foi o pedido de transferência de alguns encarcerados para outras penitenciárias. O procedimento, contudo, é complexo e depende da autorização dos juízes envolvidos no processo de execução penal dos detentos e dos magistrados da comarca para onde desejam ir. "A questão não é tão rápida e não depende só de mim. É preciso investigar a possibilidade de transferi-los para onde desejam", explica o juiz-corregedor dos presídios de Curitiba e região, Márcio Tokars.Apesar da complexidade, o processo de transferência de alguns presidiários (aqueles que não foram líderes da rebelião) está adiantado. "Não tenho o número de presos que vão para o interior, mas preciso diminuir a ocupação da PCE", diz Paredes.
Identificação
Os corpos dos cinco mortos na rebelião chegaram às 19 horas de sexta-feira no Instituto Médico-Legal. Até às dez horas de ontem, apenas um deles havia sido identificado: Orlando Quartarolli.
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