A questão mercadológica muitas vezes acaba aproximando o ensino nas universidades particulares do estilo adotado nos cursos pré-vestibulares. A teoria é defendida pela psicóloga, pesquisadora e professora aposentada da UFPR, Denise de Camargo. "A instituição privada tem esse problema de manter o aluno, impedir a evasão a qualquer custo, e não raro pressiona o professor a dar uma aula-show", avalia. "E na hora em que ele precisa transformar a sua aula num espetáculo, o professor por vezes acaba se preocupando mais com a forma, se quiser cobrar algum conteúdo. Ou é isso, ou ele opta por não cobrar tanto dos alunos, se quiser manter o emprego."

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O problema, acrescenta a estudiosa, é que as universidades que adotam esse modelo deixam o aluno infantilizado. Para finalizar o raciocínio, Denise se sai com essa: "Os donos de algumas universidades particulares querem vender o diploma, o aluno quer comprar, e o professor está no meio para atrapalhar essa negociação".

A realidade nas instituições públicas é bem diferente, na opinião da psicóloga. "Os professores das universidades públicas não estão tão preocupados com a questão didática", considera. "O aluno precisa se adaptar na marra: tem de ir atrás, é obrigado a ler muito mais, pesquisar, buscar conteúdo por conta própria e não tem mais a apostila mastigada para ajudá-lo. Isso o torna mais autônomo."

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