No rosto, um sorriso largo. Nas mãos, o tão aguardado passaporte. O documento, que ficou pronto nesta segunda-feira (27), é o último obstáculo vencido por Lorrayne Isidoro, que nesta terça (28) deixará o Morro Camarista Méier, no Engenho de Dentro, no Rio de Janeiro, onde vive com os pais, para disputar a 16ª edição da Olimpíada Internacional de Neurociências, representando o Brasil na Dinamarca.
Na quinta-feira passada, data prevista para a entrega do passaporte, a estudante foi ao posto da Polícia Federal, no Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão), mas ele não estava pronto, por causa dos atrasos da Casa da Moeda, que fornece o papel para a confecção do documento. Por falta de recursos financeiros, a jovem chegou a enfrentar a possibilidade de não participar do evento e já havia recorrido a uma “vaquinha” on-line para conseguir o dinheiro necessário. No fim de semana, ela ganhou nova mobilização nas redes, com a criação da campanha “Exigimos um passaporte para Lorrayne Isidoro”, que teve 72 mil compartilhamentos.
Com o apoio de milhares de desconhecidos e, claro, da família, Lorrayne voltou nesta segunda ao Galeão e, finalmente, conseguiu o documento. Ela, a mãe, Estela Meirelles Isidoro, e a professora e orientadora, Camila Marrae, estão com tudo pronto para a viagem. A espera pelo passaporte terminou pouco mais de 24 horas antes do embarque:
“Agora é só fazer as malas”, afirmou a jovem, de 17 anos, que fala pouco, mas tem muita atitude.
No aeroporto, ela percebeu como sua história mobilizou as pessoas, que agora queriam fazer selfie com ela.
“É muito bacana ver uma jovem estudiosa ultrapassar tantos obstáculos para realizar seu sonho. A gente fica orgulhosa por ela”, afirmou Regina Alvarenga Pereira, que estava no Galeão.
Nesta segunda-feira, Lorrayne e a mãe saíram de casa às 5h40m, pegaram duas conduções e, às 9h15m, estavam no posto da PF. Ao chegarem ao guichê de entrega, souberam que os documentos ainda não estavam prontos e, imediatamente, foram orientadas a dar entrada no passaporte emergencial. Segundo a assessoria da Superintendência da Polícia Federal no Rio, esse documento só é emitido na véspera de uma viagem. As três deram entrada na nova papelada e aguardavam a impressão quando, no meio da manhã, um novo lote de documentos da Casa da Moeda chegou ao aeroporto e, entre eles, estavam os passaportes regulares do trio.
A mãe da estudante comemorou mais uma vitória da filha.
“Tudo foi muito positivo. A campanha na internet, o bom atendimento que tivemos aqui, eles procuraram nos tranquilizar. Mas tem aquela parte triste. Mais uma vez a burocracia estava falando mais alto. Mas todos nós, juntos, conseguimos reverter a situação e estamos saindo daqui com o passaporte”, afirmou a mãe, que ajudou a preparar Lorrayne para o concurso do Colégio Pedro II, onde ela faz o 3º ano do ensino médio.
A jovem, que estudou a vida toda na rede pública, fala inglês e francês e está estudando, por conta própria, italiano e dinamarquês, língua que pretende treinar durante e viagem.
“Lorrayne sempre foi estudiosa. Ela me pediu orientação sobre a olimpíada e, desde então, preparamos os exercícios. O concurso é tão difícil que parte do material eu tirei da minha pós-graduação. Ela é motivo de orgulho para alunos e professores”.
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