Sufocado. Foi assim que morreu, no último domingo (30), um passarinho que tinha sido furtado de uma casa em Itapira, cidade a 164 km de São Paulo. Escondido dentro da cueca do ladrão, o produto do crime não resistiu à falta de ar puro e ao excesso de calor do "cativeiro".
Segundo o dono da ave, o aposentado Nilton Rocha, de 62 anos, o furto aconteceu por volta das 14h15 daquele dia. No horário, a neta do aposentado entrou correndo na sala, interrompendo o almoço da família. "Levaram o Pixarro", dizia a menina, que viu o momento em que um rapaz de 20 anos entrou no quintal da casa, pegou a gaiola com o pássaro e fugiu.
"Meu filho e eu fomos atrás e vimos o rapaz subindo no telhado", disse Rocha. Em seguida, ligou para a polícia. Policiais militares encontraram o criminoso perto da casa do aposentado. Suas mãos, porém, estavam vazias.
Levado ao 2º Distrito Policial da cidade, o rapaz não comentou o furto. Na delegacia, o aposentado foi questionado a respeito do produto do crime. "Perguntaram se eu sabia onde a gaiola estava, pois precisavam de provas", contou.
Rocha, então, iniciou a busca até encontrar, sobre o telhado de uma das casas vizinhas, a gaiola. A jaula, porém, estava vazia.
De volta ao distrito policial, o aposentado foi surpreendido com a seguinte notícia: "O rapaz escondeu a prova do crime dentro da cueca". O pássaro, um pixarro _ou "trinca-ferro", como popularmente é conhecido_ estava morto.
"Ele era a alegria de minha neta. Ela adorava dar larvas no bico dele", contou Rocha, com um certo pesar. Para não impressionar a garota, enterrou a ave longe de sua casa. Quando soube da morte do mascote, a neta chorou bastante. Para fazê-la se sentir melhor, comprou um periquito. "Agora ela está feliz", disse o avô.
Sentimento que o criminoso não deve estar sentindo. Segundo a Polícia Civil, o rapaz foi preso e deverá responder por furto.