Brasília Cerca de 12 mil funcionários de bingos fizeram manifestação ontem de manhã, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, para pedir a regulamentação das casas de jogo no país. O presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), prometeu aos manifestantes discutir com líderes partidários, na terça-feira que vem, a votação do projeto de lei que regulamenta os bingos do país. Segundo o presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), a manifestação vai impulsionar a votação do projeto no Congresso.
"Acho que há uma sensibilidade na Casa para legalizar. Se você não legaliza os bingos, continua a corrupção desde o mais simples funcionário que passa na porta até o que está acontecendo agora, com a compra de liminares", disse. O deputado defende que os bingos sejam administrados pela Caixa Econômica Federal, a exemplo do que ocorre atualmente com as loterias. "Na medida em que um bingo tiver uma cartela que não for da Caixa, será fechado. É simples de fazer isso, até as maquininhas (de caça-níqueis) têm como fazer", disse Paulinho.
Os sindicalistas estimam que os bingos empregam 300 mil pessoas em todo o país, direta e indiretamente. Desde que a Polícia Federal desarticulou no dia 13 de abril uma quadrilha que atuava comprando sentenças para beneficiar a máfia do jogo, as casas de bingo viraram alvo de liminares suspendendo seu funcionamento. Em várias partes do país, a Justiça cassou as liminares que permitiam o funcionamento desses estabelecimentos.
Impasse
O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, admitiu ontem que o governo está diante de um impasse, já que pretende garantir os empregos dos trabalhadores e, ao mesmo tempo, coibir irregularidades nos jogos. Lupi se mostrou favorável à legalização dos bingos no país. "A legalização ajuda e muito o sistema que anda corrompido. Temos que evitar que os bingos sejam usados por pessoas que querem utilizá-los como uma espécie de lavanderia", disse.
