Representantes de 14 países latino-americanos estão reunidos em Curitiba para trocar experiências sobre a aplicação da metodologia de trabalho da Pastoral da Criança fora do Brasil. O objetivo do I Encontro dos Bispos Responsáveis pela Infância da América Latina e do Caribe é incentivar a expansão das ações na América Latina e mostrar como o trabalho de melhoria da qualidade de vida de gestantes e crianças pode ser adaptado à realidade de cada região.

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Somente na Colômbia, mais de 15 mil crianças vêm sendo atendidas há cinco anos por um trabalho que tem os mesmos moldes da Pastoral da Criança. "A diferença é que focamos mais as ações de cidadania no combate à violência familiar, que é um reflexo do conflito armado existente no país", explica Cecília Rodriguez, coordenadora da Pastoral da Primeira Infância, que é o equivalente colombiano do trabalho feito no Brasil.

Os 34 participantes do evento estão conhecendo as ações da Pastoral da Criança nas comunidades de Curitiba e também mostrando o trabalho que vem sendo desenvolvido em seus países. "O mais importante do trabalho da pastoral é que as comunidades entendem que melhorar as condições de vida não é somente uma questão de ganhar comida e vestuário, mas de aprender como agir para ter saúde e manter um bom relacionamento familiar", avalia a representante colombiana.

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Na Argentina, 391 líderes comunitários e 162 equipes de apoio estão trabalhando há dois anos pela queda nos níveis de desnutrição. "A catástrofe econômica dos últimos anos chegou a colocar mais de 60% das famílias abaixo da linha da pobreza. Hoje cerca de 45% continuam nesta situação e ainda há muito trabalho para se fazer", afirma o coordenador do projeto Desenvolvimento Integral da Criança na Família, David Forte. O manual do agente comunitário usado pela Pastoral da Criança no Brasil foi adaptado na Argentina às legislações e ao calendário de vacinação, mas a ação de abordagem comunitária é a mesma daqui. "Quando a orientação parte de uma mãe para outra, ela atinge melhor resultado. A partir do momento em que a mulher aprende como criar direito seu filho, ela assume a capacidade de ser mãe, de ver o filho crescer direito e de prevenir doenças", diz Forte.

Além de Colômbia e Argentina, a metodologia da Pastoral da Criança também vêm sendo aplicada no Chile, Equador, El Salvador, Guatemala, Honduras, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Uruguai e Venezuela.