O escritório de arquitetura de Gianfranco Vannucchi e Jorge Konigsberger, de São Paulo, foi o vencedor do concurso nacional que escolheu o anteprojeto de construção do futuro Centro Judiciário de Curitiba. O anúncio foi feito ontem à tarde, durante cerimônia pública no auditório do Museu Oscar Niemeyer, pelo presidente do Tribunal de Justiça (TJ) do Paraná, o desembargador Tadeu Marino Loyola Costa, e os secretários de estado de Obras Públicas, Luiz Caron, e do Desenvolvimento Urbano, Luiz Forte Netto, que presidiu a comissão julgadora.
O novo complexo, com 170 mil metros quadrados, será erguido no terreno que abriga atualmente a Prisão Provisória do Ahú e reunirá, em um único local, todos os setores da Justiça Estadual. Hoje, as varas cíveis, criminais e da infância estão distribuídas em 16 locais diferentes na capital, dos quais 15 são alugados, a um custo aproximado de R$ 160 mil por mês. A construção do Centro Judiciário vai gerar uma economia de R$ 1,92 milhão por ano.
Orçada em R$ 230 milhões, a obra está prevista para começar no ano que vem. Já a conclusão deve ocorrer só em 2010.
Ao todo, 52 trabalhos foram inscritos no concurso promovido em conjunto pelo TJ e o governo do estado. "O nível do concurso foi muito bom. Todos os trabalhos mereceram aplausos", comemorou Caron, que integrou a comissão julgadora formada por dez jurados. Segundo ele, seis critérios foram utilizados para a análise dos anteprojetos: criatividade, funcionalidade, solução plástica (arrojo escultural), construtividade, economia e inovação tecnológica.
Descrição
O anteprojeto vencedor prevê a construção de um edifício com quatro pavimentos, ao lado do prédio que abriga o Departamento Penitenciário (Depen) do Paraná, e de dois blocos com 12 andares cada. Segundo o arquiteto Jorge Konigsberger, o anteprojeto investiu no simbolismo e no significado do poder Judiciário na democracia. "É algo que representa o povo e está voltado para o povo. Procuramos criar um espaço aberto, que permitisse um complexo transparente e acessível à população", explicou ele, que representou o escritório na cerimônia.
A vitória no concurso garantiu R$ 125 mil ao escritório Vannucchi e Konigsberger e um contrato de R$ 2 milhões. "Com a vitória, eles estão contratados para desenvolver o projeto em detalhes. Isso vai demandar todo o ano de 2006. Depois disso teremos todo um processo de orçamentação e licitação", explicou Caron. A comissão julgadora fez apenas duas ressalvas ao escolher o vencedor. "Deverá haver uma adequação de forma a atender a funcionalidade do trabalho judiciário e um aprofundamento do estudo para a restauração do patrimônio histórico", afirmou Forte Netto.
De acordo com Konigsberger, a manutenção no terreno do prédio que abriga o Depen não foi um problema no desenvolvimento do projeto. "Procuramos valorizá-lo como se fosse o portal do novo complexo judiciário", explicou. A prisão do Ahú será desativada tão logo as obras do Centro de Detenção de Piraquara sejam concluídas, o que deve ocorrer ainda neste semestre.
Em segundo lugar no concurso ficou o anteprojeto do arquiteto Guilherme Lemke Motta, de São Paulo, que ganhou R$ 75 mil, e em terceiro o de Bráulio Carollo, de Curitiba, que levou R$ 50 mil. Houve ainda menções honrosas aos trabalhos de Émerson José Vidigal (Curitiba), Hector Vilheka (SP) e Décio Tosi (SP). A cerimônia de premiação ocorrerá no próximo dia 18, às 8h30, durante a "Escola de Governo", conduzida pelo governador Roberto Requião, no Museu Oscar Niemeyer.
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