Brasília Com a recusa do presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer (SP), de aceitar o Ministério da Previdência, dirigentes do PDT decidiram brigar pela vaga. O nome mais forte para assumir a pasta é o deputado Paulo Pereira da Silva (SP), o Paulinho, da Força Sindical. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria preferência, no entanto, pelo deputado Miro Teixeira (RJ), líder do partido. Miro respondeu pelo Ministério das Comunicações de janeiro de 2003 a janeiro de 2004.
O PDT não ocupa cargos no governo desde 2003, quando rompeu com o presidente Lula, ainda sob o comando de Leonel Brizola. Segundo o presidente do PDT, Carlos Lupi, a legenda proriza pastas que tenham relação com as bandeiras trabalhistas. "Se for designado para o partido o Ministério da Previdência será bem vindo porque é uma pasta de grande importância. O partido vai assumir com muito respeito", afirmou.
Lupi negou que o partido já tenha indicado o nome de Paulinho para Lula. No PDT quem decide sobre as indicações é a Executiva. "Ele é um nome e temos vários outros", disse. Lupi citou como ministeriável o ex-governador de Alagoas Ronaldo Lessa. Paulinho, no entanto, tem o apoio da bancada. Ele até desistiu de disputar a liderança do partido na Câmara, o que abriu caminho para Miro ser eleito sem disputa.
O PDT tinha como primeira opção o Ministério da Educação, mas o presidente Lula já sinalizou que deve manter Fernando Haddad na pasta, o que fez o partido mudar de planos. Outros ministérios cobiçados eram Minas e Energia que está sob o comando do PMDB , e do Trabalho, dirigido pelo PT. Essas duas pastas também não devem ter mudanças.
Segundo escalão
O ex-deputado e sindicalista Luiz Antônio de Medeiros (PR-SP) assumirá a Secretaria de Relações do Trabalho, do Ministério do Trabalho e Emprego, na próxima segunda-feira. O compromisso com a data foi feito ontem num encontro de cerca de 40 minutos com o ministro do Trabalho, Luiz Marinho. A designação de Medeiros para o cargo foi publicada esta semana no "Diário Oficial" da União (DOU). Ele, que é fundador da Força Sindical, será o primeiro dirigente sindical não-petista a participar do ministério. Medeiros substituirá o secretário Mário dos Santos Barbosa, que também é dirigente sindical e ligado aos metalúrgicos de São Bernardo do Campo, no Grande ABC (SP).
Antes de Barbosa, estava à frente da pasta o ex-secretário Osvaldo Bargas, um dos envolvidos no escândalo de tentativa da suposta venda do dossiê contra políticos tucanos ocorrido pouco antes das eleições de 2006. Derrotado na disputa eleitoral de 2006 para a Câmara, Medeiros ocupou duas vezes uma cadeira de deputado.