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Rio – O PDT decidiu liberar os militantes e não apoiar oficialmente nenhum dos dois candidatos à Presidência da República. Depois de mais de duas horas de debates, 128 dos 177 delegados do diretório nacional que votaram seguiram a proposta da executiva do partido e escolheram o que chamaram de "independência". Na prática, é a liberdade para que os integrantes do partido escolham entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB). Apenas o candidato derrotado pelo PDT à Presidência, Cristovam Buarque, o presidente nacional, Carlos Lupi, e o secretário-geral, Manoel Dias, não poderão manifestar apoio a qualquer dos candidatos ou manifestar seu voto. "Eu vou respeitar a decisão do diretório do meu partido, que por ampla maioria tomou essa decisão", repetiu Buarque, mesmo diante da insistência dos jornalistas para que declarasse em quem vai votar. "Não estou em cima do muro. Estou proibido de dizer de que lado do muro eu estou. Esse não é assunto para jornal, é para livro de História", desconversou.

O senador repetiu que não vê diferenças entre os dois candidatos nas propostas para mudar a realidade brasileira, mas admitiu ter gostado mais da carta enviada ao partido por Alckmin. Os dois candidatos responderam a uma carta aberta de Lupi estabelecendo pontos programáticos importantes para o partido sobre previdência, direitos trabalhistas, privatizações e educação.

"Não posso negar que a resposta de Alckmin foi mais detalhada, mais consistente e mais de acordo com a proposta", avaliou o senador, referindo-se a compromissos do tucano como a expansão do ensino integral, a garantia de recursos para a educação e a criação de uma secretaria para combater o analfabetismo. Já o ex-governador do Rio Grande do Sul, Alceu Colares, um dos mais ferrenhos defensores da neutralidade, desconsiderou as cartas: "Candidato, nessa condição, assina até a pena de morte dele", ironizou. "O trabalhismo tem de ser totalmente independente. O PDT, para crescer e ser uma opção ao neoliberalismo, tem de ser um partido diferente", defendeu.

O deputado Miro Teixeira (PDT- RJ), que já foi ministro de Lula, falou como líder da bancada na Câmara Federal e também defendeu a neutralidade ao explicitar que os deputados eleitos também estavam divididos. Lupi classificou a decisão como democrática e admitiu que a neutralidade deixa mais confortável os candidatos do PDT no segundo turno das eleições estaduais. No Maranhão, o pedetista Jackson Lago apóia Lula. No Paraná, Osmar Dias ficou com Alckmin. O deputado eleito pelo PDT paulista, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força Sindical, chegou à reunião do diretório defendendo o apoio a Alckmin, mas na saída disse ter ficado satisfeito. "Cada um de nós agora faz o que quiser", disse.

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