As tarifas nas 27 praças situadas em rodovias pedagiadas do paraná podem ficar até 10% mais caras a partir de 1.º dezembro. O índice básico de correção, divulgado ontem pela regional paranaense da Associação das Concessionárias de Rodovias do Paraná (ABCR-PR) e que recompõe perdas inflacionárias, é de 3,3%. Mas, em alguns pontos de cobrança haverá também a aplicação de taxas extras, os chamados degraus tarifários, que, na prática, permitem a compensação por obras antecipadas ou incluídas posteriormente nos contratos.
Com isso, segundo o presidente ABCR-PR, João Chiminazzo Neto, a correção será de 3,3% em 19 praças. Em cinco pontos da concessionária Rodovia das Cataratas, em função da adoção de um degrau tarifário de 3,14%, o aumento deverá ser de 6,44%. Já em três praças do consórcio Econorte, o degrau foi calculado em 6,7%, com o reajuste total chegando a 10%.
Arredondamento
A ABCR divulgou ontem os porcentuais de correção, mas não as tabelas dos preços que serão praticados nas 27 praças do estado, o que só será feito no dia 29. Os porcentuais divulgados, porém, ainda podem apresentar pequenas variações para cima ou para baixo , em função do arredondamento de valores. Um exemplo é a tarifa para carros na praça da Ecovia da BR-277, no caminho para as praias. Com a aplicação do porcentual de 3,3%, a tarifa deveria passar de R$ 10,60 de R$ 10,94, mas já foi definido que haverá o arrendondamento para R$ 10,90, para facilitar o troco, com o que a taxa de reajuste ficará em 2,8%.
A reportagem da Gazeta do Povo aplicou o índice médio de 3,3%, acrescido dos degraus tarifários, nas tarifas cobradas atualmente em todo o estado. Pela projeção feita, a tarifa mais baixa deve continuar a ser cobrada na praça de Jaguariaíva, que passará de R$ 4,20 para R$ 4,33.
O índice básico de reajuste foi obtido através de cálculo previsto em contrato com o Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER), chamado de fórmula paramétrica. Ele inclui uma série de índices ligados ao setor da construção civil indicados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), além da variação do Índice Geral de Preços (IGP-M) até novembro deste ano.
O DER tem até o dia 21 de novembro para se pronunciar sobre o cálculo. De acordo com Chiminazzo, a ABCR-PR informou oficialmente o órgão sobre o reajuste na última terça-feira. O DER tem até cinco dias úteis, conforme prevê o contrato, para indicar possíveis erros matemáticos.
O presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Litoral (Sindilitoral), José Carlos Chicarelli, acredita que o cálculo de reajuste deste ano tenha levado em conta somente questões econômicas. "Eu acredito que as concessionárias começaram a refletir sobre outras coisas, como os aumentos exagerados que praticaram nos últimos anos, a chegada de novos pontos em outras rodovias e até mesmo a redução da tarifa que houve em São Paulo", diz.
Em junho deste ano, São Paulo teve tarifa reduzida de R$ 0,10 a R$ 0,20 em 13 dos 80 pontos de pedágio existentes em todo o estado. A queda inédita ocorreu porque o índice inflacionário empregado pelo estado vizinho para calcular o reajuste anual registrou variação negativa. O acumulado do IGP-M entre junho de 2005 e maio de 2006 foi de menos 0,33%, segundo o cálculo da FGV.