Londrina - Os pacientes que procurarem atendimento com pediatras em prontos-socorros de Londrina serão surpreendidos com a cobrança de uma taxa de R$ 80, mesmo que tenham planos de saúde. Os médicos desta especialidade não concordam com valores pagos por algumas operadoras e, por isso, estão cobrando os valores. Os pacientes que pagam ganham um recibo e são orientados a procurar o ressarcimento com os planos.
Diretor de defesa profissional da Sociedade Brasileira de Pediatria, Milton Macedo de Jesus explica que a medida, de caráter nacional, foi colocada em prática depois de diversas tentativas de negociar um reajuste no valor pago pelas operadoras aos profissionais. "Desde 2004, as operadoras de plano de saúde não reajustam os valores. A diferença é que o pediatra só recebe por consulta porque não faz outros procedimentos", afirmou.
Entretanto, de acordo com Macedo de Jesus, as operadoras continuam reajustando anualmente os preços cobrados dos clientes, autorizadas pela Agência Nacional de Saúde (ANS). Ele explicou que a medida foi um movimento nacional dos pediatras, que decidiram aplicar a cobrança desde julho do ano passado.
Em Londrina, a medida demorou a ser aplicada por causa da negociação entre pediatras e planos. "As operadoras que passaram a aplicar preço ético mínimo estão com atendimento normal." Mas 100% dos pediatras que atendem urgência e emergência, ou seja, os plantonistas, estão cobrando dos pacientes, ressaltou Macedo de Jesus. Segundo ele, Unimed, Hospitalar e Caapsml estão com o atendimento normalizado.
A promotora Solange Vicentin disse que os consumidores podem acionar o Procon contra as operadoras. "É uma relação contratual. O consumidor que for obrigado a pagar pode acionar o Procon", afirmou. Segundo ela, os planos de saúde poderão ainda descredenciar os médicos que estiverem cobrando as taxas dos pacientes conveniados.
O superintendente Mauro Pereira, da Unidas do Paraná, organização que representa as operadoras, enviou nota à imprensa afirmando que já orientou os clientes a "não efetuarem qualquer pagamento complementar". A organização afirmou ainda que, em maio de 2010, houve um realinhamento de valores em 7,1% para pediatras e outros médicos.