A Polícia Militar do Paraná pediu, na tarde desta quinta-feira (8), a prisão preventiva do policial militar Marcelo Silva Alves, de 30 anos. Ele é suspeito de ser o autor do tiro que matou o policial militar, Fábio Skora Santos Bueno, de 31 anos, na madrugada desta quinta-feira (8) em uma casa noturna, no bairro Uberaba em Curitiba.
Lotado no Centro de Operações Policiais Militares (Copom) da PM-PR, o policial é considerado foragido e o motivo do crime ainda não está esclarecido.
Na casa do policial suspeito foram realizadas buscas durante a tarde e a Polícia Civil apreendeu um pequena quantidade de maconha, uma balança de precisão e um espingarda garrucha, que não teve a origem identificada até o início da noite desta quinta. O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), órgão do Ministério Público (MP), acompanha as investigações.
Além da investigação na Polícia Civil, a PM abriu um Inquérito Policial Militar para apurar as circunstâncias da morte de Skora. A Polícia Militar informou que já solicitou a prisão preventiva do policial suspeito a Justiça Militar e que o pedido deve ser julgado até sexta-feira (9). Além disso, a PM informou que "tem todo o interesse em desvendar este caso e repassar as informações para a Polícia Civil."
A Delegacia de Homicídios teve acesso às imagens da câmera de segurança da casa noturna. Através delas é possível ver a abordagem ao policial morto, o disparo e a saída do policial suspeito do crime. A investigação aponta que depois de uma denúncia de que um homem armado estava no estacionamento do local, Skora faz a abordagem com a arma em punho e se identificou como policial. Na sequência, o outro policial também se identificou e Skora abaixou a arma. Ao fazer isso foi atingido com um tiro de pistola calibre 45 na cabeça e morre na hora.
"Depois disso, ele pegou o corpo pelos braços e encostou em um muro. Aí pediu para abrirem o portão para ele", contou o delegado adjunto da DH, Cristiano Quintas dos Santos, que teve acesso as imagens. Ele disse ainda que o policial suspeito deixou a casa noturna em um Voyage, que passou por uma perícia no início da noite desta quinta pelo Instituto de Criminalística.
O Rancho Brasil informou que imagens foram entregues à Delegacia de Homicídios. O estabelecimento reforçou que a morte ocorreu no estacionamento e que não tinha conhecimento de como ocorreu o assassinato.
Histórico
O delegado titular da DH, Rubens Recalcatti, informou que Alves teve um Boletim de Ocorrência registrado contra ele em maio do ano passado. O policial era acusado de ter disparado uma arma de fogo para o alto. Porém, ele teria negado o fato e informado aos policiais que registraram a ocorrência que ele não podia ter atirado porque não teria porte de arma devido a uma decisão judicial.
O delegado não sabia dizer de que decisão judicial tratava-se este suposto impedimento do policial portar arma. Sobre a pistola 45 utilizada no crime, Recalcatti informou que a arma é ainda um mistério. "Não se sabe de quem é a arma. Ela ainda não foi encontrada", declarou.
Outros casos
"Desde que estou na Homicídios, esse é o quinto homicídio lá", disse o delegado Cristiano Quintas dos Santos que começou a trabalhar na DH em janeiro do ano passado.
Em agosto de 2011, o policial civil Gerson Francisco Cornelio da Silva, de 43 anos, foi morto nas proximidades da Rancho Brasil por um agente penitenciário depois de uma discussão. Ele trabalhava na Delegacia de Vigilância e Capturas na época. O motivo do crime seria passional.
Em dezembro de 2009, um jovem de 18 anos foi morto no local, após um desentendimento com outros frequentadores.
O mesmo ocorreu no fim de janeiro deste ano. Um rapaz de 21 anos foi baleado seis vezes na face, no estacionamento do estabelecimento, e morreu uma semana depois.
Em dezembro de 2010, dois militares do exército foram mortos e um homem ficou gravemente ferido, após terem saído de uma casa noturna. O carro onde eles estavam foi perseguido e alvejado com 15 tiros. O motivo seria uma discussão iniciada no bar.