A Pedreira Paulo Leminski vai permanecer fechada para grandes eventos e shows musicais até que seja elaborado um laudo pericial, o que deve demorar pelo menos seis meses. A decisão foi definida em audiência de conciliação, entre produtores musicais, integrantes do projeto "A Pedreira é nossa", vereadores e da Associação de Moradores e Amigos de Abranches (Amada), realizada na tarde desta quarta-feira (24), na Quarta Vara da Fazenda Pública, Falências e Concordatas. Apenas os eventos de natureza religiosa Paixão de Cristo, Auto de Natal e Movimento Fé Curitiba vão continuar sendo realizados no local.
De acordo com a decisão do juiz Douglas Marcel Peres, a prova pericial será produzida por um perito especializado em acústica, segurança e urbanismo, e indicado pelo Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea). O laudo deve levar em conta se as instalações oferecem segurança aos frequentadores, o acesso ao local, a questão do estacionamento e o impacto acústico provocado pelos eventos. Com a perícia finalizada, uma nova audiência deve ser marcada para que seja entabulado um termo de ajustamento de conduta para a reabertura da Pedreira a eventos de grande porte.
Para o vereador Jonhy Stica, a realização da reunião representou um "grande avanço", que demonstra uma sinalização clara, inclusive da Justiça, de que a Pedreira vai ser reaberta. "Só falta ajustarmos alguns pontos com as outras partes, mas a reabertura vai ocorrer", disse.
O vereador, no entanto, lamentou o "conservadorismo" com o qual a reunião foi finalizada. Segundo ele, havia um projeto que previa a realização de um número limitados de eventos por ano, com limite máximo de horário até as 20 horas, mas a proposta foi rejeita. "Temos que tomar cuidado com esse provincianismo. Estão tratando a questão como se não fosse importante a cidade pertencer ao cenário cultural nacional. É um setor que gera empregos, renda e visibilidade. Curitiba, hoje, está perdendo para outros centros, como Belo Horizonte e Porto Alegre", avaliou.
Outro lado
O presidente e advogado da Amada, João Carlos Flor, concordou com a decisão judicial de determinar uma nova perícia para avaliar os impactos provocados pelos eventos. Mas, na avaliação dele, a reabertura da Pedreira pode demorar mais que o período necessário para a finalização do laudo. Isso porque a perícia pode apontar para a realização de obras de adequação para que os shows voltem a ocorrer no local. "O laudo apontará o que será necessário fazer e, embora eu seja um leigo no assunto, pelo que conheço da Pedreira, acredito que serão necessárias algumas obras", disse.
O advogado aponta que as principais preocupações são com relação à segurança, viabilidade de trânsito e impacto ambiental, com relação à poluição sonora. Flor, que é morador da região, aponta que os eventos na Pedreira causavam diversos transtornos aos moradores e que havia registro de reclamações de pessoas que moravam a mais de um quilômetro do local do show. "Havia muito incômodo, incompatibilidade de volume sonoro e não havia obediência ao horário", disse.
Para a Amada, a Pedreira deve reabrir, mas desde que os interesses envolvidos entre as partes sejam equacionados e desde que não haja riscos.
Com capacidade para até 30 mil pessoas, a Pedreira Paulo Leminski é uma casa de eventos ao ar livre. O local possui cerca de 103,5 mil metros quadrados, com palco de 480 metros quadrados. A casa foi implantada em 1990 e desde 2008 está fechada para grande eventos, por solicitação do Ministério Público.
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