Um pedreiro de 44 anos inconformado com o término de sua relação extraconjugal matou um menino de dois anos e baleou uma mulher que moravam no cortiço da ex-amante, na noite de segunda-feira, 26, no Jardim Brasil, zona norte de São Paulo. Segundo a polícia o criminoso também queria se vingar do proprietário do cortiço, com quem havia discutido na última semana. Ele foi preso duas horas depois, na casa onde vive com mulher e filhos.

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Cícero Batista Sobrinho namorava Camila Cecília, frentista de 22 anos, havia cerca de um ano, mas a garota descobriu que ele era casado e resolveu terminar a relação. Segundo a jovem, Cícero não aceitou e, na tarde de segunda-feira, apareceu no seu trabalho para exigir que mudasse de ideia. Ela manteve sua decisão e Cícero foi embora, após ameaçá-la de morte. "Ele era um homem muito bom, nunca tinha me intimidado antes", disse.

Cícero também havia brigado recentemente com o proprietário do cortiço onde Camila mora por ela ter sido ameaçada de despejo e supostamente queria se vingar. Ao chegar ao local, às 19h30 de segunda-feira, a garota não estava e o criminoso chamou pelo proprietário, que não atendeu. No seu lugar, apareceram Ana Paula de Almeida Barbosa, de 29 anos, Ana Paula Soares, também de 29 e mulher do proprietário, e seu filho de dois anos.

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Cícero empunhava um revólver calibre 38, houve uma discussão e ele disparou. O menino foi atingido na nuca e na perna e Ana Paula Barbosa, no peito. "Ele estava bêbado, transtornado, e atirou. Quando vi, estava saindo sangue da cabeça da criança, no meu colo", disse a mãe do menino.

O proprietário do cortiço, que não teve o nome divulgado, havia pedido a Camila que deixasse o imóvel por falta de pagamento e o pedreiro apareceu para tomar satisfações, há cerca de uma semana segundo a polícia. Ele acha que seu filho pode ter sido assassinado como uma forma de acerto de contas.

A ex-amante chegou minutos depois em casa e forneceu o nome e o modelo do veículo de Cícero à polícia, que localizou o endereço do criminoso pelo documento do carro e foi até o local, na Alameda dos Pinheiros, Jardim Joana D'Arc, também na zona norte. Sua mulher atendeu a campainha e disse que Cícero estava no quarto, dormindo. "Ele acordou e, ao nos ver, confessou o crime e entregou a arma", afirmou o sargento José Luis Lourenço.

O menino foi levado pelo pai à Santa Casa, mas não resistiu e morreu por volta das 3h desta terça-feira (27). Ana Paula Barbosa, baleada no peito, foi encaminhada ao Hospital São Luiz Gonzaga e está fora de perigo. O crime foi registrado no 9º DP (Carandiru), onde Cícero passou a noite preso.